Com o fim do vazio sanitário na última terça-feira, 10 de setembro, e com o objetivo de evitar o fungo causador da ferrugem asiática, os agricultores paranaenses começaram na quarta-feira, 11 de setembro, o plantio da safra de soja 2019/2020.
A previsão do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento é de que sejam colhidas 19,8 milhões de toneladas na safra 2019/2020, caso as condições climáticas sejam favoráveis. O plantio está liberado de 11 de setembro a 31 de dezembro, dependendo da região do Estado.
Em relação à área, a estimativa é de sejam plantados 5,5 milhões de hectares, número semelhante ao de 2018. “No ano passado, tivemos percalços com a falta de chuva e o excesso de calor. Se os fatores climáticos colaborarem, neste ano a produção será 22% maior, o que representa uma recuperação da produtividade”, esclarece o chefe do Deral, Salatiel Turra.
Na safra 2018/2019, a soja teve uma quebra de 17%, correspondente a cerca de 3 milhões de toneladas. A saca de 60 kg agora é comercializada atualmente por R$ 75,00 – segundo o Deral, valor considerado bom, já que cobre os custos de produção.
Após um período de muita seca, o mês de setembro começou com chuvas em algumas regiões do Estado, no entanto elas não foram suficientes para repor a umidade do solo e garantir a germinação da semente. “Ainda é cedo para indicar possíveis perdas para a cultura, o que depende de outras variáveis”, pontua o departamento.
“Se a escassez de chuva se prolongar mais, é possível que a safra tenha problemas. Por enquanto, a seca pode provocar atraso especialmente no Oeste, que é a primeira região do Estado a fazer a semeadura da soja”, afirma Turra.
De acordo com o boletim do Deral, a intenção dos produtores paranaenses é plantar a soja o mais cedo possível para adiantar o plantio do milho na segunda safra.
Segundo Marcelo Garrido, economista do Deral, a longa guerra comercial entre China e Estados Unidos, que aumentou a demanda pela soja da América do Sul, beneficia o produtor brasileiro. “Os problemas climáticos que reduziram a produção dos EUA neste ano, também colaboraram para aumentar a demanda do Brasil”, diz.