Técnica permite à matriz recuperar condição corporal para emprenhar, mas é preciso cuidar do bezerro, suplementando-o adequadamente
Por Denis Cardoso
Já bem conhecida das fazendas brasileiras, a desmama precoce – que consiste na remoção definitiva dos bezerros do pé da mãe, com apenas três meses de vida – vem ganhando maior eficiência nos últimos anos. Após dificuldades iniciais no emprego da técnica, chegou-se à conclusão de que ela deve não apenas melhorar a condição corporal das mães, visando maior taxa de prenhez, mas também estimular o desenvolvimento dos bezerros que ficam “órfãos” prematuramente.
“Muitos protocolos fracassaram pela falta de cuidado com o bezerro. O ideal é que ele tenha algum valor, no momento que atinge os 210 dias de vida (período de desmama no sistema convencional). Com os protocolos nutricionais atuais, é possível produzir bezerros de altíssima qualidade, com até 30 kg acima do peso médio dos lotes desmamados na fazenda”, garante Felipe Antônio Parise, gerente comercial da empresa de nutrição Trouw Nutrition.
O pecuarista Egon Huber faz parte do grupo de fazendeiros que, hoje, utiliza a técnica pensando nos “dois lados da moeda”. Ele faz cria/recria na Fazenda Mutuca, em Camapuã, MS, região conhecida como o berço do bezerro de qualidade. “Aqui, qualquer descuido resulta em penalização no momento da venda”, justifica Huber, que recebe orientação técnica de Paulo Araripe, consultor da Via Verde, de Minas Gerais.