Desova de final de safra anula viés altista na cotação da arroba do boi gordo

Entre as praças brasileiras, os preços dos animais terminados ainda seguem em patamares altos, mas analistas não descartam novos recuos no curtíssimo prazo

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A boa oferta de animais terminados em pasto permitiu que a pressão de baixa ganhasse força nos últimos dias, relatam as consultorias que acompanham de perto o setor pecuário.

“Para o curto prazo, a expectativa é de manutenção de preços frouxos”, prevê a zootecnista Thayná Drugowick, analista da Scot Consultoria, referindo-se ao mercado de São Paulo.


Segundo apurou a Scot, nesta sexta-feira, 13 de maio, as cotações do boi gordo, além da vaca e novilhas terminadas, ficaram estáveis.

Durante a semana, porém, a arroba do boi gordo paulista sofreu recuo de R$ 3/@ – hoje vale R$ 312/@, enquanto a vaca e a novilha são negociadas, respectivamente, a R$ 278/@ e R$ 307/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com os dados da Scot.

A cotação do boi-China (abatido mais jovem, com idade baixo de 30 meses) também caiu, recuando R$ 5/@ durante a semana – atualmente, os negócios em São Paulo giram em torno de R$ 325/@.

Para a semana que vem, novas quedas na arroba não estão descartadas, prevê Thayná, acrescentando que alguns frigoríficos paulistas já estão com escalas prontas para todo o mês de maio e, por isso, chegam a lançar ordens de compra com reajuste de até R$ 25/@ abaixo do valor atual de referência.

Na região sudeste do Mato Grosso, a boa oferta de boiadas resultou em queda para todas as categorias de bovinos destinados ao abate, de acordo com o levantamento feito pela equipe da Scot Consultria.

Na comparação com quinta-feira (12/5), as ofertas de compra desta sexta-feira reduziram em R$ 3/@ para o boi gordo e em R$ 2/@ para a vaca gorda.

Dessa maneira, nessa região do MT, o boi, vaca e novilha estão sendo vendidos em R$ 285/@, R$ 273/@ e R$ 277/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), informa a Scot.

Segundo apuração realizada pela equipe de analistas da IHS Markit, neste momento há um certo descompasso entre a oferta e a demanda, efeito do maior volume de boiada gorda (desova de final de safra) diante de uma procura mais contida por parte da indústria.

Neste contexto, diz a IHS, as cotações dos animais terminados devem continuar fragilizadas no curtíssimo prazo, e fatores mercadológicos podem impulsionar condições de pisos menores aos vigentes atualmente.

“Tal condição se dá pelo fato de muitas unidades de abate atuarem nas compras de maneira cadenciada, testando preços abaixo das máximas vigentes. Ao mesmo tempo, o período de estiagem que avança pelo País retira o poder de retenção de animais nas propriedades, forçando a liquidação dos lotes terminados a pasto”, resumem os analistas da IHS.

Apuração feita nesta sexta-feira pela consultoria mostrou recuos de preços do boi gordo em algumas praças do País, motivados pela fraca atuação das indústrias frigoríficas locais.

Dessa maneira, o valor do macho terminado e negociado na região de Goiânia (GO) caiu de R$ 293/@ para R$ 291/@, relata a IHS.

Em Belo Horizonte (MG), o preço do boi gordo cedeu de R$ 283/@ para R$ 280/@, enquanto na praça do Triângulo Mineiro a queda foi de R$ 296/@ para R$ 290/@, acrescenta a IHS.

Em linha com a opinião da Scot Consultoria, a equipe da IHS também prevê tendência de baixa na arroba no curtíssimo prazo.

O lento consumo doméstico de carne bovina é um dos fatores que preocupam o setor industrial, observam os analistas da IHS.

“A demanda interna ainda não apresentou o desempenho esperado pelas indústrias, o que ajuda a explicar o ritmo de cautela dos frigoríficos compradores, que visam garantir um relativo equilíbrio com a procura vigente, com foco em mitigar custos e obter margens operacionais positivas”, relata a IHS.

Por sua vez, as exportações brasileiras de carne bovina continuam aquecidas.

Em abril foram exportadas 157,47 mil toneladas de carne bovina in natura, volume 25,5% maior em relação ao resultado obtido no mesmo mês do ano passado e que significou um novo recorde para esse mês do ano.

SAIBA MAIS | Carne bovina: exportações do Brasil têm alta de 22,3% em volume no mês de abril

No primeiro quadrimestre de 2022, a China liderou as importações de carne bovina brasileira, com um volume 37% superior em relação ao montante observado no mesmo período do ano passado.

No entanto, mesmo com o avanço no mercado chinês, os exportadores brasileiros seguem preocupados com os problemas comerciais envolvendo os importadores do país asiáticos.

A China vem suspendendo (temporariamente) os embarques de algumas importante unidades exportadoras, alegando problemas de contaminação de mercadorias pela Covid-19.

Essa decisão unilateral trouxe desconfiança aos exportadores brasileiros, o que se refletiu em operações de compra de boiada gorda menos agressiva neste período de início de seca nas regiões pecuárias.

Além disso, a China passa por sérios gargalos logísticos em pontos chaves de embarque e desembarque de mercadorias, como no porto de Xangai – o maior canal de entrada da carne bovina importada pelo país –, devido às novas medidas de isolamento social contra o avanço do coronavírus.

Cotações máximas de machos e fêmeas desta sexta-feira, 13 de maio
(Fonte: IHS Markit)

SP-Noroeste:

boi a R$ 320/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 296/@ (à vista)
vaca a R$ 271/@ (à vista)

MS-C.Grande:

boi a R$ 300/@ (prazo)
vaca a R$ 273/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 282/@ (prazo)
vaca a R$ 272/@ (prazo)

MT-Cuiabá:

boi a R$ 285/@ (à vista)
vaca a R$ 274/@ (à vista)

MT-Colíder:

boi a R$ 281/@ (à vista)
vaca a R$ 268/@ (à vista)

GO-Goiânia:

boi a R$ 293/@ (prazo)
vaca R$ 271/@ (prazo)

GO-Sul:

boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)

PR-Maringá:

boi a R$ 305/@ (à vista)
vaca a R$ 280/@ (à vista)

MG-Triângulo:

boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)

MG-B.H.:

boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)

BA-F. Santana:

boi a R$ 280/@ (à vista)
vaca a R$ 270/@ (à vista)

RS-Porto Alegre:

boi a R$ 335/@ (à vista)
vaca a R$ 305/@ (à vista)

RS-Fronteira:

boi a R$ 335/@ (à vista)
vaca a R$ 305/@ (à vista)

PA-Marabá:

boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)

PA-Redenção:

boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)

PA-Paragominas:

boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

TO-Araguaína:

boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)

TO-Gurupi:

boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 262/@ (à vista)

RO-Cacoal:

boi a R$ 265/@ (à vista)
vaca a R$ 253/@ (à vista)

RJ-Campos:

boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)

MA-Açailândia:

boi a R$ 275/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)

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