Boi gordo perde força em fevereiro, na praça de SP
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo (Estado de São Paulo, valor à vista) fechou segunda-feira cotado a R$ 148,50, o que significa recuo de 3,1% em relação ao valor de 31 de janeiro, de R$ 153,30, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Em relação ao preço de um mês atrás, de R$ 151,10, a queda é de 1,7%. No acumulado do ano, o Indicador do boi apresenta retração de 3,2% na praça paulista.
Segundo informa o Boletim Diário da consultoria Informa Economics FNP, de São Paulo, o mercado físico do boi gordo abriu a semana com baixa liquidez de negócios. “Como é típico do período, as indústrias frigoríficas adotam um posicionamento defensivo nas compras, optando primeiro por analisar o resultado das vendas do atacado no final de semana para assim definir a estratégia mais adequada para as próximas negociações”, diz o relatório.
Gangorra na reposição: viés de baixa na Bahia e de alta no RS
Os mercados de animais de reposição da Bahia e do Rio Grande do Sul passam por situações opostas. No Estado baiano, informa a Scot Consultoria, de Bebedouro, a demanda esfriou, levando as cotações para baixo.
“As pastagens perderam qualidade depois do menor volume de chuvas observado nas últimas semanas, reduzindo o ímpeto de compras dos recriadores e invernistas baianos, principalmente das categorias mais eradas”, aponta a consultoria.
Por sua vez, as fazendas de cria do Rio Grande do Sul receberam bons volumes de precipitações em janeiro, melhorando a qualidade dos pastos, o que animou recriadores e invernistas, elevando, assim, os preços do bezerro e demais categorias da reposição.
“Além disso, as exportações de gado em pé ocorrem em bom ritmo no Estado sulista e aquecem a procura por animais que atendem às exigências desse mercado”, acrescenta a Scot.
Preço médio dos cortes acumula queda de 6% em 2019
O preço atual da carne bovina vendida no atacado, na média de todos os cortes pesquisados, acumula queda superior a 6% em 2019, informa a Scot Consultoria, de Bebedouro, SP. Mas a pequena reação no consumo no início de fevereiro conteve a queda a apenas 0,5% nos últimos sete dias.
Do lado da oferta, os efeitos da restrição da disponibilidade de boi gordo já começaram a ser sentidos pelas indústrias. O enxugamento dos estoques resultou em valorizações da carne com osso (produto mais sensível às oscilações dos fundamentos de mercado). O preço do boi casado subiu 6% na comparação semanal, segundo a Scot.
Este quadro causou uma inversão na margem de comercialização dos frigoríficos que desossam e vendem carcaças. Nos atuais patamares de margem, o frigorífico que negocia a carcaça bovina apura melhores resultados do que aquele que vende a carne desossada.
Exportação de carne bovina do MT sobe 15% em janeiro
As exportações de carne bovina in natura do Mato Grosso alcançaram 23,9 mil toneladas em janeiro, um crescimento de 15% sobre as 20,8 mil toneladas embarcadas em igual período de 2018, informou o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, citando números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
A equipe de analistas do Imea destacou o forte aumento das exportações aos mercados da China e dos Emirados Árabes Unidos, que elevaram em 80,7% e 472%, respectivamente, as suas compras no primeiro mês de 2019, considerando o comparativo anual.
Ainda segundo o instituto, o preço da carne bovina do Mato Grosso sofreu redução de 16% em dólar, no período de um ano, enquanto em real caiu apenas 2,4%, elevando, assim, a competividade da commodity brasileira no mercado internacional.
Os russos voltaram
Em janeiro, o Brasil registrou a retomada das compras de carne bovina pela Rússia, que anunciou o fim do embargo ao produto brasileiro em novembro do ano passado, após 11 meses de embargo.
Porém, a recuperação do mercado russo é lenta: o país comprou apenas 3,1 mil toneladas no mês passado, volume que faz “cócegas” se comparado aos embarques para grandes consumidores da atualidade, como a China (23,54 mil toneladas embarcadas em janeiro) e Hong Kong (27,59 mil toneladas).
Abates de bovinos recuam 2% no 4° trimestre de 2018
Foram abatidas 8,09 milhões de cabeças de bovinos no quarto trimestre de 2018 no Brasil, uma queda de 2,3% em comparação ao trimestre imediatamente anterior (8,28 milhões de bovinos) e aumento de 0,4% em relação ao resultado registrado em igual período de 2017 (8,06 milhões de cabeças), segundo dados preliminares divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números oficiais dos abates no último trimestre do ano passado serão informados pelo IBGE daqui cerca de um mês e podem sofrer alterações em relação aos dados atuais.