Boi gordo pode voltar a subir com escalas de abate menores
As programações de abates dos frigoríficos encurtaram e o valor da arroba do boi gordo pode passar por reajustes, prevê nesta manhã de terça-feira a Agrifatto.
Segundo a consultoria, a indústria está tendo dificuldade em fechar negócios com os pecuaristas, o que explica a retração nas escalas de abate.
Na média de maio último, as escalas giravam acima de 7,5 dias nas praças pesquisadas pela Agrifatto, e agora atendem a 5,3 dias.
“A estratégia de compra dos frigoríficos não parece surtir efeito, posto que os pecuaristas evitam entregar animais nas indicações atuais. Assim, os preços podem reagir no curto prazo”, avalia a consultoria.
Ontem, o indicador Esalq/B3/Cepea ficou em R$ 146,10/@, alta de 0,86% ante o fechamento anterior.
Preços de reposição sobem no MT
Um dos fatores que contribuíram para o maior desinteresse dos pecuaristas do Mato Grosso pelo confinamento este ano, na comparação com o ano passado, é o atual movimento de valorização nos preços dos animais de reposição, que sobem acima das cotações do boi gordo no Estado.
Levantamento do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária mostra que, percentualmente, a maior alta foi registrada no preço médio do boi magro, que saiu do patamar de R$ 1.747/cabeça em abril de 2018 para R$ 1.889/cabeça em abril deste ano, um acréscimo de 8,1%.
Nessa mesma base de comparação, o bezerro de ano subiu 7,7% na praça do Mato Grosso, para R$ 1.335/cabeça, em média, enquanto o garrote teve aumento de 6,7%, fechando abril com o valor médio de R$ 1.611/cabeça, segundo o Imea. Por sua vez, o valor da novilha registrou elevação de 6,5% na comparação anual, encerrando abril a R$ 1.180.
FNP prevê preços mais firmes no curtíssimo prazo
Nesta terça-feira, o mercado físico do boi gordo esboçou modestos sinais de recuperação nos preços da arroba em algumas praças pecuárias, relata boletim vespertino desta terça-feira da Informa Economics FNP.
“A pressão baixista que vinha sendo observada desde a entrada do mês começa a perder força, uma vez que as escalas de abate das indústrias frigoríficas estão minguando”, informa a consultoria paulista.
Segundo a FNP, muitos compradores de boiada gorda haviam saído dos negócios atentos à reação do mercado internacional diante da notícia de um caso atípico de vaca louca em Mato Grosso.
No entanto, continua a consultoria, o mercado já não dispõe de grandes ofertas de animais terminados a pasto, devido ao início do período seco e, consequentemente, a piora na qualidade das forragens.