Onda altista pode perder força, alerta consultoria
As escalas de abate dos frigoríficos finalmente se alongaram na última semana, para alívio das indústrias frigoríficas. Tal comportamento pode ajudar a brecar a onda altista do boi gordo, alerta a Agrifatto.
“Se esse movimento continuar (de escalas mais confortáveis), somado a um consumo interno menor na segunda metade do mês, as indústrias poderão começar a testar preços para o boi gordo abaixo das indicações”, prevê a consultoria.
Atualmente, na praça paulista (região Noroeste do Estado), o valor da arroba gira em torno de R$ 160/@, pagamento a prazo, livre do Funrural, segundo a Informa Economics FNP.
Diminui a diferença entre preços do boi para maio e outubro
Na bolsa de mercadorias B3, a diferença de preços (“spread”, no jargão do mercado) entre os contratos futuros de maio e de outubro do boi gordo está em 2,6% (ou R$ 4/@), informa a consultoria Agrifatto.
O contrato para maio deste ano encerrou a última semana negociado em R$ 155/@, com alta de 1,7% desde o início do ano. Por sua vez, o contrato para outubro fechou a semana em R$ 159/@, e acumula alta de 1,3% em 2019.
A diferença entre os contratos está menor quando comparada aos fechamentos observados no mesmo período de 2018 (R$ 147,16/@ em outubro e R$ 141,62/@ em maio), quando o spread ficou em 3,91% (R$ 5,54/@).
Na média dos últimos 10 anos, o spread entre maio e outubro foi de 5,19%, segundo a Agrifatto.
Indústria de SP mantém compra de boi gordo de outros Estados
Em São Paulo, os frigoríficos locais ainda têm grande dificuldade em comprar animais terminados e, por isso, continuam recorrendo a outros Estados na procura de maiores ofertas a preços mais competitivos, relata na tarde desta segunda-feira a Informa Economics FNP.
Na praça paulista, o preço do boi gordo se mantém estável, negociado a R$ 160/@, a prazo (30 dias para pagamento). Segundo a consultoria FNP, no Mato Grosso, a presença de compradores paulistas nas praças locais traz suporte adicional aos preços do boi gordo. No entanto, devido à inconsistência das vendas de carne bovina no atacado, diversas indústrias do Estado estão funcionando com 50% de sua capacidade de abate
Preços do milho recuaram quase 5% em abril
O Indicador do milho Esalq/B3 registrou novo recuo no fechamento da sexta-feira e voltou aos patamares de dezembro/18, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
O preço do grão fechou a R$ 36,69/saca/60kg, com desvalorização diária de 1,3%. No acumulado deste mês, o valor do milho apresenta baixa de 4,5%. Em 30 dias, a queda chega a 11%, trazendo boas perspectivas para os pecuaristas que desejam confinar a boiada neste ano.
Segundo informa a consultoria Agrifatto, as negociações antecipadas de compra do milho estão avançando no país. As referências para a região de Primavera do Leste, no MT, ficaram em R$ 20,50/sc para entrega em julho e pagamento no mês seguinte. Em Paranaguá, no PR, para embarques em início de junho, as referências ficam ao redor de R$ 37/sc.
Movimento mais calmo nas negociações de boiada
A semana se inicia com os preços do boi gordo em baixa, refletindo um período de mais calmaria por parte das indústrias frigoríficas, que conseguiram recuperar, em parte, as programações de abate.
Na sexta-feira, o Indicador do boi gordo Esalq/B3 fechou a R$ 158,10/@, à vista, em São Paulo, com queda de 0,44% no comparativo diário.
Segundo a Agrifatto, ao longo da última semana, as escalas de abate nas praças avaliadas pela consultoria avançaram 55% e atendiam a 6,1 dias na última sexta-feira. Em São Paulo, estavam em 7,6 dias.
No entanto, o feriado desta semana (Sexta-feira da Paixão) pode dificultar as compras da indústria de boiadas terminadas, encurtando novamente as programações de abate, alerta a Agrifatto.