Maior oferta de boiada mantém preços do boi em queda
O mercado do boi gordo mantém o viés de baixa nas praças pecuárias brasileiras, influenciado pelo aumento da oferta de boiada e a recomposição dos estoques nas câmaras frias dos frigoríficos.
Ontem, o Indicador do boi gordo Esalq/B3/Cepea registrou queda diária de 2,7%, para R$ 150,75/@.
Satisfeitos com o preenchimento de suas escalas – algumas indústrias têm estoques suficientes para até a segunda semana de junho –, os frigoríficos tiraram o pé das compras.
Essa posição mais cautelosa da indústria, aliado ao crescimento natural de oferta da boiada neste período final de safra, pode contribuir para mais quedas nos preços do boi gordo no curtíssimo prazo, preveem os analistas de mercado.
Negócios com reposição menos ativos
Nesta semana, os preços do bezerro andaram praticamente de lado, refletindo o comportamento de queda nos valores do boi gordo.
Ontem, o Indicador do bezerro Esalq/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses) fechou com estabilidade diária, a R$ 1.317/cabeça, no Mato Grosso do Sul.
No entanto, na comparação mensal, o indicador teve forte reação – o preço atual é 5% superior ao valor de R$ 1.254,87 registrado em 16 de abril. No acumulado deste ano, o bezerro sul-matogrossense apresentou aumento de 7,4%.
Na avaliação da Informa Economics FNP, os preços da reposição podem retomar o viés de alta no curto prazo, puxado sobretudo pela queda nos custos da dieta do confinamento, o que poderá estimular uma busca maior por animais para o segundo giro da engorda intensiva.
Preço futuro do boi gordo bate nova máxima para o ano
Os preços futuros do boi gordo continuam subindo na bolsa de mercadoria B3, impulsionados sobretudo pela perspectiva de intensificação das aquisições chinesas da carne bovina brasileira, devido aos surtos de peste suína africana na Ásia.
Ontem, o contrato com vencimento em outubro (pico da entressafra) atingiu a nova máxima para este ano, chegando a R$ 163,90/@.
Negócios diminuem, mas oferta de boiada se mantém alta
Nesta sexta-feira, o mercado do boi gordo se acomodou e a liquidez diminuiu, relata a Informa Economics FNP.
No entanto, a oferta de animais para abate se manteve em um nível elevado, segundo a consultoria.
Ainda de acordo com a FNP, o recuo nos preços do milho e da soja tem melhorado as margens e favorecido o confinamento dos animais.
“A queda na temperatura em algumas regiões e, consequentemente, a piora na qualidade do pasto tem aumentado a utilização da ração em diversas praças do País”, afirma a consultoria.