Indicador do boi gordo recua para R$ 149,65, em SP
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo (Estado de São Paulo, valor à vista) encerrou a terça-feira cotado a R$ 149,65, com baixa de quase 1% na comparação com o valor de segunda-feira, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
No acumulado do mês, o preço do boi na praça paulista registra queda de 2,4%, frente ao preço de 31 de janeiro, de R$ 153,30.
Segundo informações da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP, em São Paulo, a oferta de boiadas tem sido suficiente para atender a demanda, abrindo espaço para os frigoríficos ofertarem preços abaixo das referências.
Pelos números da consultoria, na terça-feira, a cotação da arroba do boi gordo caiu 0,7% no Estado, e fechou em R$152,50 a prazo, livre de Funrural. As programações de abates dos frigoríficos paulistas atendem, em média, seis dias.
Indicador Bezerro tem alta diária de 1% no MS
O Indicador Bezerro ESALQ/BM&FBovespa (animal Nelore, de 8 a 12 meses), negociado na praça do Mato Grosso do Sul, fechou a terça-feira a R$ 1.222,01, com alta diária de 1%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). No acumulado do mês, o preço do bezerro mostra estabilidade, com ligeira baixa de 0,2% em relação ao valor de 31 de janeiro, de R$ 1.222,03.
Na avaliação das consultorias de mercado, o mercado passou andar de lado depois do registro de estiagem no início do ano em importantes regiões pecuárias, o que trouxe desinteresse dos recriadores e invernistas em realizar grandes negócios – é preciso, primeiro, a recuperação plena das pastagens.
Tudo em paz com o mercado árabe
A suposta transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém – anunciada durante a campanha do presidente Jair Bolsonaro – não faz parte dos assuntos atuais entre os exportadores brasileiros de carne bovina e importadores do mercado árabe. Pelo menos é que mostra reportagem de hoje do Valor Econômico, que enviou repórter para cobrir a feira anual de alimentos Gulfood, realizada em Dubai.
Segundo empresários e executivos das indústrias da carne presentes no evento, os importadores árabes não tocaram no assunto da transferência da embaixada, preferindo falar apenas de negócios.
O mercado árabe responde por 20% das exportações brasileiras de carne bovina, que no ano passado atingiram receita total de US$ 6,57 bilhões e volume recorde de 1,64 milhão de toneladas.
Um olho na chuva, outro na reposição
Analistas da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP, informam que regiões que sofreram com a estiagem em dezembro e janeiro voltaram a receber bons volumes de chuvas, o que pode melhorar as condições das pastagens daqui para frente.
Caso isso ocorra, diz a consultoria, é possível que gere maior estímulo para os negócios no mercado de reposição. No entanto, o consumo de carne tende a ser menor na segunda metade deste mês, o que pode pressionar as cotações da arroba do boi gordo para baixo, fato que diminui o apetite de compra dos recriadores e invernistas.
“O equilíbrio entre essas duas variáveis definirá o rumo das cotações da reposição”, observam os analistas da Scot.
Novos ajustes na metodologia de composição do Indicador boi gordo passam a valer a partir de março
A partir do próximo 1º de março, ajustes metodológicos entrarão em vigor para o cálculo do Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa. Dentre as atualizações na metodologia, estão a implementação de uma nova região paulista (Vale do Paraíba), que se torna a quinta praça do Estado, além de melhorias no procedimento estatístico.
Esses ajustes, solicitados pelo mercado pecuário, foram validados pela B3 (antiga BM&FBovespa). Todos os detalhes metodológicos podem ser acessados no endereço eletrônico: ww.cepea.esalq.usp.br/br/metodologia/metodologia-boi-gordo.aspx
A força da Liga Árabe
A pesquisadora Andréia Adami, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), publicou hoje artigo no site da entidade ressaltando a importância da Liga Árabe – organização composta por 22 países – para as exportações brasileiras de produtos do agronegócio.
Ela destaca o peso da carne bovina (e também do açúcar) na pauta de exportação do Brasil para os Estados Árabes. Juntos, os dois produtos respondem por 60% das importações feitas anualmente pelos países árabes.
Ainda segundo Andréia, do total exportado pelo Brasil, mais de 70% das mercadorias são produtos do agronegócio, o que coloca a região na terceira posição entre os destinos mais importantes do setor, ficando atrás apenas da China e da Europa.