Preços do boi seguem estáveis, aponta FNP
Nesta terça-feira, a oferta de animais prontos para abate continuou esparsa em muitas regiões do Brasil, relata boletim desta tarde da Informa FNP.
“A maior parte das indústrias frigoríficas encontra dificuldades em efetivar grandes aquisições”, observa a consultoria.
Quanto às cotações do boi gordo, as indicações de preços se mostraram majoritariamente estáveis, sendo as oscilações ainda muito regionalizadas.
Pecuarista segura boi no pasto e aumenta poder de barganha com frigoríficos
Com a volta das chuvas nas principais regiões pecuárias desde fevereiro após as precipitações irregulares de dezembro e janeiro, os pecuaristas têm se sentido confortáveis para adotar a antiga estratégia de segurar os animais no pasto e esperar melhores preços.
A estratégia tem surtido efeito. “As melhores condições das pastagens possibilitam os pecuaristas a manter os animais a pasto, aumentando o poder de barganha sobre os preços oferecidos pela indústria”, informa boletim desta quarta-feira da consultoria Agrifatto.
Em Goiás e Mato Grosso, por exemplo, os preços da arroba do boi gordo avançaram 1,07% e 0,83% desde o início do mês e estão cotados (valores a prazo) a R$ 145,83/@ e R$ 139,85/@, respectivamente.
Indicador do bezerro tem leve baixa na terça-feira
O Indicador do bezerro Esalq (animal Nelore, de 8 a 12 meses) fechou a terça-feira cotado a R$ 1.244,92, na praça do Mato Grosso do Sul, com leve baixa (-0,60%) sobre o preço do dia anterior, de R$ 1.252,09 registrado em 15 de fevereiro, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Na comparação mensal, o fechamento de ontem do indicador apresenta valorização de 1,8%.
Segundo analistas, o mercado de reposição segue acompanhando as valorizações dos preços do boi gordo que, nas últimas semanas, ocorreram com mais força que no mercado do bezerro, favorecendo a relação de troca para os recriadores/invernistas.
Em São Paulo, segundo dados consultoria Agrifatto, o número de bezerros comprados com um boi gordo passou de 2,24, em fevereiro para 2,30 em março (parcial até primeira quinzena do mês), o mesmo patamar de novembro do ano passado. Já em Goiás, a troca em março atingiu 2,22/bezerro, maior patamar dos últimos 14 meses.
Indicador recua, mas tendência do mercado do boi gordo continua altista em SP
Depois de ficar acima de R$ 154 no fechamento de segunda-feira, o Indicador Esalq/B3 do boi gordo recuou um pouco na terça-feira, encerrando a R$ 152,40 (valor à vista) em São Paulo, com baixa diária de 1,2%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Em relação ao preço registrado há um mês, de R$ 149,65, o valor atual apresenta aumento de quase 2%.
Embora o indicador Esalq/B3 tenha recuado ontem, levantamento feito pela Scot Consultoria mostra que a arroba subiu na maioria das praças pecuárias do país ontem, confirmando a tendência altista do mercado do boi gordo.
Os principais motivos para o aquecimento dos preços é o mesmo dos últimos meses: escassez de boiada pronta para o abate e uma demanda por carne bovina reprimida no mercado interno.