Carne bovina sustenta
Em 2018, as exportações brasileiras de produtos agropecuários atingiram novo recorde, tanto em volume, quanto em receita, segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em volume, os embarques do setor registraram aumento anual de 5%, enquanto o faturamento em dólar cresceu 6%, fechando em US$ 101 bilhões.
O setor de carnes (bovina, de aves e de suínos) obteve participação de quase 17% no total das exportações agro do Brasil em 2018. No ano passado, porém, entre as carnes, apenas o setor de bovinos conseguiu salto positivo nas exportações, com crescimento anual de 12%, em volume, na comparação com 2017. Os embarques de aves e de carne suína recuaram 5% e 7,4%, respectivamente.
Sinal de alerta para o milho
A previsão de chuvas escassas no Centro-Sul do Brasil acendeu o sinal amarelo para a safrinha de milho 2018/2019, cuja colheita inicia-se em junho, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo Jornal Valor Econômico. Especialistas apontam que haverá pouca umidade no solo entre o fim de fevereiro e início de março no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
O último boletim semanal do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) mostra piora na relação de troca “boi gordo/milho” em janeiro último, na região do Mato Grosso. No mês passado, com uma arroba de boi gordo era possível comprar 6,33 sacas de milho, ante 7,89 sacas de um ano atrás. Esse cenário está atrelado à maior valorização do milho ante a arroba do boi nos últimos 12 meses, visto que a saca variou expressivos 33,44% no comparativo anual, informa o Imea.
Ritmo menor para embarques de boi em pé
O Brasil exportou 37,55 mil cabeças de bovinos vivos em janeiro, queda de 5,7% na comparação com dezembro, informa a Scot Consultoria, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em receita, os embarques do mês passado alcançaram US$ 22,60 milhões.
Os países importadores de boi em pé no mês de janeiro foram Egito (16,9 mil cabeças), Iraque (10 mil cabeças), Turquia (7,8 mil cabeças) e Jordânia (2,7 mil cabeças). Vale destacar que, em janeiro de 2019, a Malásia abriu o seu mercado para o Brasil, podendo, assim, aumentar as oportunidades nesse nicho de mercado.
Bodas de prata
Em março próximo o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa completa 25 anos de existência, informa, em artigo, a pesquisadora Gabriela Garcia Ribeiro, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Durante as mais de duas décadas de existência do Indicador, lançado em março de 1994, o mercado passou por várias transformações. O rebanho bovino do País aumentou mais de 35% entre 1994 e 2017. Neste intervalo de tempo, o Estado de Mato Grosso passou de sexto lugar em número de animais para o primeiro. Rondônia e Acre aumentaram os seus rebanhos em mais de 300% e 500%, respectivamente, neste período. Esse fortalecimento e interiorização da atividade foram acompanhados pelo Cepea, que ampliou seus levantamentos sobre o mercado de boi nessas regiões.