Contêiners marítimos “aposentados” ganham aplicabilidade nas fazendas, permitindo diversos tipos de instalações
Por Carolina Rodrigues
Você sabe qual o tempo de vida útil de um contêiner marítimo e o que ele tem a ver com a pecuária? Segundo a legislação internacional, também válida no Brasil, a duração de um contêiner que armazena e transporta diferentes tipos de carga é de 10 anos, no transporte naval, mas depois que é “aposentado” e reciclado para reutilização pode durar até 100 anos. Sua presença em fazendas brasileiras é cada vez mais frequente. Em Caarapó, MS, o pecuarista e analista de mercado Rogério Goulart trocou seu antigo depósito de alvenaria, onde guardava materiais de manutenção, por um contêiner e usou outro desses recipientes metálicos como escritório, após dotá-lo de portas e janelas, e uma entrada para ar condicionado.
“São estruturas duráveis e versáteis, que podem trazer economia de até 30%, em comparação com construções de alvenaria tradicionais”, diz Goulart, que, nos próximo anos, planeja construir uma casa com contêineres para uso próprio e da família em outra propriedade que administra no Tocantins. O projeto já começou a ser desenvolvido com a ajuda de um arquiteto, mas ainda não foi concluído. “A relação custo-benefício é muito interessante. Mesmo com a alta do dólar nos últimos meses, o custo ainda é extremamente competitivo”, avalia Goulart, que aderiu ao uso das estruturas modulares há cerca de três anos. “Comecei, inicialmente, a usá-los como depósitos, mas existem inúmeras possibilidades de instalações. A pecuária caminha para soluções cada vez mais práticas”, diz.
Para desempenhar a função de almoxarifado, o contêiner de 20 m de comprimento, por 2,5 m de largura e cerca de 3 m de altura ganhou abertura superior com tela, para garantir ventilação adequada. Outro cuidado adicional foi quanto à sua localização na fazenda, detalhe importante quando se usa contêineres brutos (sem tratamento). Na fazenda de Goulart, eles ficam em uma área com sombreamento adequado, ou seja, embaixo de árvores, para evitar que o aço esquente com a exposição ao sol. Embora os depósitos sejam fixos, existe uma gama de modelos móveis adaptados sobre chassis com rodas e pneus de caminhão, com engate, que podem ser facilmente deslocados com o auxílio de tratores (veja reportagem de DBO de maio de 2016).