Pesquisa mostra que equipamento ligado a software tem 82% de precisão, economiza tempo e possibilita avaliação comportamental
Por Renato Villela
Uma pesquisa realizada pela UFMT – Universidade Federal do Mato Grosso, abriu nova possibilidade para o uso de drones na pecuária de corte: a leitura de cocho. Nos confinamentos, esse papel cabe a uma pessoa treinada, que avalia de forma subjetiva a quantidade de alimento que sobra enquanto percorre as linhas de cocho, a pé ou de moto.
Na maioria das vezes, o responsável precisa levar esses dados, anotados em uma caderneta ou armazenados em um aplicativo, até o escritório para que seja recalculada a quantidade de comida a ser distribuída, de acordo com o escore registrado. “O tempo gasto para todo esse processo pode levar mais de uma hora, conforme o tamanho do confinamento”, afirma Fernanda Macitelli, pesquisadora da UFMT.
Com o drone, o trabalho fica mais ágil. Além disso, as imagens permitem observar os animais, o que pode ajudar a explicar porque há falta ou sobra de comida. “A leitura de cocho é extremamente importante, mas também é preciso observar o comportamento animal”, ressalta ela.
O experimento orientado pela pesquisadora foi realizado em outubro de 2018, em um confinamento comercial localizado em Rondonópolis, MT. Foram escolhidas 10 baias dispostas paralelamente na mesma rua (cinco de cada lado). O drone sobrevoou as linhas de cocho a uma altura de 3 m e velocidade de 19 km/h, suficientes para se obter boa visibilidade da quantidade de alimento dentro dos cochos. Cada voo durou, em média, 20 minutos, para um trajeto de pouco mais de 500 metros (ida e volta).
As definições de rota, altura, velocidade e captação de imagens foram programadas por meio de um aplicativo de smartphone e a coleta de imagem feita durante cinco dias não consecutivos, às sete da manhã, ao mesmo tempo em que o funcionário da fazenda executava as leituras de cocho. Todo o material gravado foi armazenado em um computador.