“É hora de travar um preço para a venda do boi gordo no 2º semestre do ano”, alertam analistas

Valorizações nos contratos futuros da B3 abrem oportunidade de investir em seguro de preços mínimos para arroba durante o período de entressafra, sugerem especialistas

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Nas últimas semanas, o mercado futuro do boi gordo voltou a apresentar ágio (em relação preços no mercado físico) nos valores de todos os contratos indicados para o período mais crítico da entressafra (a partir de julho/22).

Embora ainda não sejam os “preços dos sonhos” dos pecuaristas, os patamares atuais dos contratos futuros vislumbrados para o segundo semestre deste ano já são suficientemente bons para lançar mão de mecanismos de proteção das cotações (hedge) na B3, observa o médico veterinário Leandro Bovo, sócio-diretor da Radar Investimentos, com escritório na capital paulista.


Em conversa por e-mail com o Portal DBO, Bovo sugeriu aos pecuaristas investir no mercado de opções – mecanismo conhecido como “put”, que possibilita “travar” a venda futura dos lotes de boiadas por um valor mínimo pré-estabelecido, mediante ao custo de operação bastante atrativo – que atualmente pode variar de R$ 2/@ a R$ 5/@, dependendo dos preços estipulados dos contratos e dos prazos de vencimento de cada um deles.

“Essa simples mudança de atitude (retorno da tendência de alta nos preços futuros) foi suficiente para trazer de volta a animação ao mercado futuro, que voltou a colocar ágio para a arroba em toda a entressafra”, destaca Bovo, que também escreveu recentemente um artigo sobre o tema, publicado no último boletim semanal elaborado pela Scot Consultoria, de Bebedouro.

A sugestão de Bovo é compartilhada pelo médico veterinário Hyberville Neto, diretor da HN Agro, de Bebedouro, SP.

“Como os contratos futuros estão subindo, chegou a hora de o pecuarista assegurar a rentabilidade do seu negócio, investindo em ferramentas de proteção na bolsa, como os contratos de opções, que nada mais são que uma espécie de seguro de preço ao produtor”, ecoa Neto.

Pelo sistema da “put”, a negociação do ativo não implica em uma obrigatoriedade para o investidor, ou seja, ele tem direito de exercer ou não a opção de venda.

No momento do vencimento do contrato futuro, caso o valor da arroba esteja abaixo do mínimo assegurado, ele receberá o preço pré-determinado pela operação de proteção concretizada na B3.

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Porém, caso as cotações do boi gordo no mercado físico estejam acima do valor mínimo travado em bolsa, o pecuarista simplesmente deixa de negociar pelo preço estabelecido no contrato, aproveitando-se da valorização momentânea da arroba no mercado físico – nessa situação, a perda financeira do produtor ficaria resumida aos custo de operação do contrato de opção, ou seja, entre R$ 2/@ a R$ 5/@, considerando os valores de mercado da atualidade.

Segundo o diretor da Radar, há mais ou menos 20 dias, considerando todos os contratos de 2022, os preços futuros do boi gordo estavam balizados ao redor dos R$ 320/@, sem nenhuma grande diferença em relação aos valores do mercado físico (base São Paulo).

Porém, nas últimas semanas, ressalta Bovo, a “empinada” de preços para o período de entressafra voltou a abrir possibilidade de compra de seguro de preço mínimo “em níveis que, pelo menos, conseguem proteger minimamente o custo de produção, fato que não vinha acontecendo até então” – no pregão desta segunda-feira, 13 de junho, o contrato do boi gordo com vencimento em outubro/22 fechou negociado a R$ 337,80/@.

“É desnecessário reforçar a importância de se fazer seguros de preço mínimo em uma atividade tão intensiva em capital e arriscada como o confinamento”, afirma Bovo.

Além disso, continua ele, está muito fresca na cabeça dos pecuaristas a memória do que ocorreu em setembro/outubro de 2021, quando os preços da arroba despencaram rapidamente no mercado brasileiro depois da embargo da China à carne brasileira, ocasionado pelo registro de casos atípicos de “vaca louca” no Brasil.

“A enorme concentração das nossas exportações no mercado chinês nos beneficia quando as coisas estão normais, porém agrega um enorme risco caso algo não saia conforme o planejado”, observa Bovo.

Para comprar um seguro de preço mínimo na B3, basta que o pecuarista apenas abra uma conta em uma corretora vinculada à bolsa, de preferência com experiência no segmento do agronegócio. “Trata-se de um processo simples e rápido”, garante Bovo.

Segundo o diretor da Radar, o sistema de proteção de preço do boi gordo é semelhante a um seguro de carro. Ou seja, paga-se um valor de seguro para garantir um preço mínimo para o seu carro em caso de perda do automóvel (furto, acidentes, etc).

Quanto maior o valor de seguro estipulado para carro (patamares acima ou abaixo da tabela de preços médios vigentes), mais caro vai ficará o seguro.

Além disso, quanto mais riscos estabelecidos dentro do perfil de cada motorista (solteiros ou não, jovens ou não, homens ou mulheres, moradias com o sem garagem, etc), mais caro será esse seguro.

Exemplo prático – Quanto mais baixo o preço de seguro estipulado pelo pecuarista, mas barato será o custo da operação de proteção em bolsa.

Em simulação feita pelo diretor da Radar Investimentos, no final da semana passada, ao escolher um preço de travamento de R$ 320/@ para outubro/22, o pecuarista teria de desembolsar, durante uma única vez, um valor fixo de R$ 4,90/@.

No caso da opção em garantir um valor a receber de R$ 310/@ na mesma data de vencimento (outubro/22), esse custo cairia para R$ 2,60/@.

Quando o prazo de vencimento do contrato é encurtado, entende-se que o risco da operação é menor, portanto, o custo de contratação da “put” também é mais baixo. Em caso de estipular um valor de 310/@ com vencimento em agosto/22, o pecuarista teria de investir US$ 1,60/@, por exemplo.

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