O Egito, principal parceiro do Brasil no mundo árabe, afrouxou as regras de inspeção sanitária para o frango brasileiro, segundo informou hoje a Câmara de Comércio Áraba-Brasileira (CCAB). Segundo a entidade, o ministério da agricultura local emitiu, em março, decreto que desobriga a inspeção de lotes de frango do abate até a entrega no porto de embarque por veterinários licenciados no país.
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“Na prática, a decisão vai diminuir a burocracia e baratear o custo do frango que chega ao Egito, uma vez que a inspeção sanitária era bancada pelos frigoríficos”, afirma a CCAB em nota. Segundo seu presidente, Rubens Hannun, a medida é “resultado de um intenso trabalho setorial envolvendo a Câmara Árabe, a Abiec, a ABPA, a Fambras e a Embaixada do Brasil no Egito” e “traz uma nova perspectiva para o comércio com o país”.
Hannun estima em ao menos 10% a redução no custo do frango a partir da flexibilização das regras sanitárias. A estimativa considera a diária de US$ 200 dólares paga a cada veterinário egípcio, mais custos com viagem e estadia, durante os 40 dias que ficam em média no Brasil. Do ponto de vista comercial, a flexibilização deve contribuir para o Brasil reduzir, em parte, a recente perda de espaço na Arábia Saudita.
Os sauditas têm investido para diminuir a dependência do frango importado, em plantas subsidiadas e na aquisição no exterior de empresas de alimentos, com ajuda de seu fundo soberano. A meta é até 2030 é importar até 40% da demanda. Hoje esse percentual chega a 70%.