O período de safra do boi, quando o clima seco e mais frio afeta as pastagens e leva pecuaristas a colocarem mais animais no mercado, deve ter efeito apenas limitado na oferta, segundo o Itaú BBA, em relatório sobre commodities publicado nesta sexta-feira (9/4). De acordo com o banco, o incremento de gado terminado deve ser suave, “a julgar pelo baixo volume de abates do primeiro trimestre deste ano e considerando a escassez de animais jovens do ano passado”.
A escassez de boiada gorda deve seguir sustentando as cotações e dificultando a situação de frigoríficos cuja maior parte da produção se destina ao mercado doméstico, que ainda precisam lidar com a queda no consumo de carne bovina. De acordo com o banco, em março o avanço de 2,4% no preço médio da arroba apertou ainda mais o spread dessas empresas, ou seja, o saldo entre o preço do boi e o recebido pela carne vendida. “O spread agora é de -4,2%, o que tem levado ao fechamento de algumas plantas voltadas ao mercado interno.”
Para frigoríficos habilitados para exportação, por outro lado, o cenário é positivo, comenta o banco. Analistas também acrescentam que o real desvalorizado e a capacidade de continuar repassando preços ao exterior devem manter os preços firmes do animal no País. Em março, por exemplo, houve aumento de 1,6% no preço médio de exportação ante fevereiro, o que, somado à desvalorização cambial, mais do que compensou o aumento do custo do boi, conforme o Itaú BBA.