Tática da indústria frigorífica é diminuir o abate para tentar segurar o preço nas gôndolas

Na queda de braço, pecuarista que ainda tem pastos consegue segurar a boiada, evitando pressão baixista

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A pandemia da Covid-19 continua impactando negativamente o consumo interno de carne bovina, prejudicando as operações no mercado de boi gordo, informam as consultorias.

“Apesar das vendas fracas, os supermercados mantêm os preços da carne bovina acima do esperado, o que tem contribuído para menor fluxo de saída de proteína ao consumidor final”, avalia a Agrifatto, que alerta para o acúmulo de estoques na rede varejista.


Segundo a Informa Economics FNP, a decisão das indústrias frigoríficas em reduzir o ritmo de abates, devido ao clima de incerteza ocasionado pelo avanço do coronarívus no País, tem dado suporte para a firmeza dos preços dos cortes bovinos no atacado. Enquanto isso, observa a FNP, os valores das proteínas concorrentes, como frango e a carne suína, acumulam quedas consecutivas desde o início da quarentena adotada pelos principais centros urbanos do País.

“A dificuldade no escoamento da carne bovina ajuda a travar as negociações no mercado do boi gordo. Os poucos negócios efetuados atualmente envolvem apenas lotes pequenos de boiadas”, informa a Agrifatto.

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no geral, a sustentação para a carne bovina vem da baixa oferta de animais prontos para o abate e também do bom ritmo das exportações brasileiras dessa proteína. Por sua vez, no mercado de suínos, a oferta de animais se sobrepõe à demanda. Já no mercado de frango, a disponibilidade doméstica também está superior à demanda, mas muitos avicultores já começam a relatar diminuição no alojamento, informa o Cepea.

De acordo com levantamento dos pesquiadores do Cepea, neste mês de abril, enquanto a carcaça casada do boi registra apenas ligeira desvalorização de 1%, os valores da carcaça suína recuaram mais de 20% e os do frango resfriado, 15%.

Segundo levantamento da FNP, em muitos Estados brasileiros, ainda se observam plantas fechadas ou com operação consideravelmente reduzida, “o que impõe uma pressão baixista na arroba do gado vivo”. No entanto, nas regiões que ainda registram bons volumes de chuva, como é o caso do Nordeste e Norte do País, os pecuaristas ainda conseguem resistir à pressão de baixa, segurando a boiada nos pastos, na tentativa de conseguir melhores preços na arroba. Já no Centro-Sul do País, sem registro de grandes quantidades de chuvas, os produtores ofertam mais lotes de animais, informa a FNP.

Giro pelas praças 

Em São Paulo, os preços do boi gordo se mantém estáveis esta semana, a R$ 202/@, a prazo, de acordo com levantamento da FNP. O mesmo comportamento de estabilidade é observado nas praças do Mato Grosso. Em Cuiabá, o animal terminado é negociado a R$ 174/@, à vista.

No Mato Grosso do Sul, os preços registraram quedas pontuais nesta quinta-feira. “As indústrias presentes no Estado tentam emplacar forte pressão baixista, oferecendo valores muito menores que as máximas vigentes sem, no entanto, efetivar compras em volumes significativos”, informa a FNP.

Em Goiás, sem necessidade de aquisições urgentes por parte dos frigoríficos, a arroba da boiada gorda se desvalorizou nesta quinta-feira. Com o feriado da próxima semana, as programações de abate no Estado já se estendem até o dia 4 de maio, relata a consultoria.

No Paraná, a disponibilidade de animais para abate é grande, em função da falta de chuvas na região, destaca a FNP. O volume de negócios, no entanto, ainda se mantém baixo, pois os frigoríficos enfrentam, em sua maior parte, limitações no escoamento de carne e, portanto, buscam equalizar a produção à demanda vigente.

Na Bahia, os frigoríficos, diante da reduzida oferta de animais, tiveram que efetivar, nesta quinta-feira, negócios a valores maiores que as máximas anteriores.

Em Rondônia, o nível de precipitação registrado também favorece os pecuaristas, que conseguem especular preços mais caros na arroba da boiada gorda.

Em Minas, poucos negócios foram efetivados e o preço da fêmea registrou leve ajuste positivo, informa a FNP.

Em Marabá, no Pará, e em Gurupi, Tocantins, a cotação do gado terminado registrou leve ajuste negativo nesta quinta-feira, em função da fraca atuação das indústrias, que se mantiveram fora das compras depois de preencher as escalas da próxima semana. Na maior parte da região Norte, no entanto, as chuvas consistentes dão suporte para a retenção dos animais no pasto e a oferta restrita mantém os preços da arroba aparentemente firmes.

Confira as cotações desta quinta-feira, 23/4, de acordo com a FNP:

SP-Noroeste: R$ 202/@ a (prazo)

MS-Dourados: R$ 178/@ (à vista)

MS-C. Grande: R$ 179/@ (prazo)

MS-Três Lagoas: R$ 179/@ (prazo)

MT-Cáceres: R$ 177/@ (prazo)

MT-Tangará: R$ 178/@ (prazo)

MT-B. Garças: R$ 177/@ (prazo)

MT-Cuiabá: R$ 174/@ (à vista)

MT-Colíder: R$ 169/@ (à vista)

GO-Goiânia: R$ 182/@ (prazo)

GO-Sul: R$ 180/@ (prazo)

PR-Maringá: R$ 182/@ (à vista)

MG-Triângulo: R$ 190/@ (prazo)

MG-B.H.: R$ 181/@ (prazo)

BA-F. Santana: R$ 185/@ (à vista)

RS-P.Alegre: R$ 190/@ (à vista)

RS-Fronteira: R$ 187/@ (à vista)

PA-Marabá: R$ 182/@ (prazo)

PA-Redenção: R$ 179/@ (à vista)

PA-Paragominas: R$ 187/@ (prazo)

TO-Araguaína: R$ 182/@ (prazo)

TO-Gurupi: R$ 176/@ (à vista)

RO-Cacoal: R$ 172/@ (à vista)

RJ-Campos: R$ 183/@ (prazo)

MA-Açailândia: R$ 180/@ (à vista)

 

 

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