Uma montanha de barriga de porco – corte utilizado na produção de bacon – está estocada pela indústria de suínos dos EUA, depois que os produtores norte-americanos investiram pesado no aumento da produção de olho na enorme lacuna deixada pela disseminação da peste suína africana na China.
Reportagem da Bloomberg mostra que, até 30 de setembro, mais de 18 mil toneladas de barriga de porco ocupavam os armazéns refrigerados do país, o maior volume desde 1971. De acordo com a reportagem, os produtores norte-americanos decidiram investir no aumento da produção de suínos, antecipando uma maior demanda por importações de carne suína da China.
O plantel de porcos dos EUA chegou a 77,7 milhões de cabeças em 1º de setembro, um recorde para o mês e o patamar mais alto desde 1943, segundo dados mais recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O problema, observa a reportagem, é que, tradicionalmente, a maior parte do bacon produzido tem como destino o mercado doméstico norte-americano, ao contrário de cortes como o presunto, que são direcionados para no exterior.
“A produção de carne de porco aumentou durante os meses de verão e até setembro”, disse Dennis Smith, executivo sênior de contas da Archer Financial Services. Na avaliação de Smith, porém, o estoque excessivo de barriga de porco nos EUA pode durar pouco daqui para frente, já que, no período mais recente, o país tem elevado consideravelmente as exportações para China, com registros de recordes semanais.
Os importadores chineses, continua o executivo, compram principalmente carcaças inteiras de suínos, em vez de cortes individuais – o que, obviamente, inclui a barriga do porco. “Teoricamente, se continuarmos a exportar carcaças para a China (seguindo o ritmo atual), isso criará uma escassez de barriga”, observou Smith.