Com recorde de 50,39@/ha na recria/engorda, Fazenda Jacamim obtém lucro de quase R$ 2.911/ha, mais do que a soja, tornando-se referência em Mato Grosso
Por Ariosto Mesquita
Eles saltam aos olhos. Os números recentes da pecuária de corte da Fazenda Jacamim (Nova Mutum, MT) são de cair o queixo. No ciclo 2018/2019, seu sistema de recria e terminação a pasto em semiconfinamento atingiu uma produtividade média de 30,39@)/ha, com um custo global da arroba produzida de R$ 132. Estes e outros indicadores ajudaram na obtenção de um surpreendente lucro líquido de R$ 2.680/ha. À época, superou em mais de quatro vezes o ganho da soja que, naquele “ano ruim”, rendeu R$ 587/ha. O que veio a seguir mostrou que este resultado não foi acidental.
No ciclo 2019/2020, a soja atingiu ótima rentabilidade (R$ 2.192/ha), mas o desempenho da bovinocultura de corte continuou protagonista. A produtividade de carne saltou para impressionantes 50,39@/ha (+ 65,8%), o custo de cada arroba produzida caiu para R$ 80 (- 39%) e o lucro bateu em R$ 2.911/ha (+ 32,8%). Com resultados tão expressivos em duas safras, a experiência da Jacamim começa agora a ser replicada em duas outras propriedades do Grupo Martins Villela, ambas no Mato Grosso: as fazendas Marape (também em Nova Mutum) e Santa Maria, em São José do Rio Claro.
E o ótimo poderia ter ficado melhor ainda. Para Regis Henrique Barbosa Ferreira, sócio e coordenador de Pecuária de Corte da Rehagro, consultoria de Belo Horizonte ( MG) que assessora o grupo na parte de gestão, a rentabilidade final da Jacamim no ciclo 2019/20 teria sido maior, não fosse o alto custo da reposição. “De um ciclo para o outro, a aquisição de animais ficou 15% mais cara e o valor desembolsado nesta operação não entra no custo da arroba produzida”, explica.