O Brasil exportou 35,2 milhões de sacas de 60 kg de café em 2018, terceiro melhor resultado da série histórica (atrás de 2015, melhor desempenho, e 2014), segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O resultado representa um aumento de 13,9% ante 2017. Desse total, 162.969 sacas foram destinadas à China, crescimento de 162% em relação a 2017.
“Temos grandes expectativas do café brasileiro no mercado chinês”, afirmou diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos. No ano passado, os chineses foram o 31º maior comprador do café brasileiro, um ganho de dez posições em relação a 2017. Em 2018, a Ásia adquiriu 6.532.921 sacas, respondendo por 19% dos embarques – avanço de 16% em relação ao ano anterior.
“Esse crescimento demonstra o potencial que a região tem, especialmente em países tradicionais, como Japão e Coreia do Sul. O mercado tende a desenvolver o hábito de consumo de café com solúveis, que podem substituir o chá quente e abrem as fronteiras. Quando esses produtos entram, o consumidor conhece e passa a apreciar mais a bebida”.
Já a receita cambial com as exportações de café no último ano foi de US$ 5,09 bilhões, queda de 3% em relação ao ano anterior. O preço médio da saca também caiu quando comparado com 2017, a US$ 144,53 – desvalorização de 14,9%. A China respondeu por US$ 26,888 milhões desse montante. “Acho que a volatilidade de preço tem dois fatores: a redução do real e maior oferta do produto, que sempre traz um efeito no preço. A safra desse tamanho (recorde) sempre provoca um impacto”, disse o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, em entrevista com jornalistas, em São Paulo.
Das sacas embarcadas em 2018, 31,5 milhões foram de café verde (29 milhões de arábica e 2,5 milhões de robusta), um aumento de 15% em relação ao ano anterior. O robusta teve aumento de 738,3% ante 2017, mas ficou abaixo dos anos de 2014 e 2015. Já o arábica teve 7,1% a mais de sacas embarcadas em 2018 do que em 2017. As outras 3,7 milhões de sacas foram de cafés industrializados, que cresceram 5,8%. A maioria, 3,6 milhões de sacas, foi de café solúvel. Já o café torrado & moído teve 17,5 mil sacas embarcadas.
Os cafés diferenciados, que têm qualidade superior ou certificado de práticas sustentáveis, tiveram 6,2 milhões de sacas, ou 17,7% do total de café embarcado. O crescimento em relação a 2017 foi de 21,3%. A receita da modalidade foi de US$ 1,12 bilhão, ou 22,1% do total arrecadado com exportações de café.
O país que mais recebeu café exportado do Brasil em 2018 continuou sendo os Estados Unidos, com 6,2 milhões de sacas – o que representa 17,6% das exportações no ano. Depois, vem a Alemanha (5,6 milhões de sacas, 16%) e Itália (3,1 milhões de sacas, 8,9%). O único dos principais destinos que teve queda nas exportações em 2018 foi a Federação Russa (-9,95%). Entre os principais compradores, o Reino Unido, com 98,6%, foi o que mais aumentou suas compras do produto brasileiro, seguido por Bélgica (33,7%), Japão (13,2%) e Itália (12,3).
O Porto de Santos se manteve como principal via de escoamento para outros países, com 80,8% de participação. Em seguida, aparecem os portos do Rio de Janeiro (12,4%).
Exportação em dezembro vai a recorde de 3,7 milhões de sacas
O Brasil exportou 3,7 milhões de sacas de 60 kg de café em dezembro de 2018, um recorde histórico para o mês, de acordo com relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e 22,5% maior do que o mesmo mês de 2017. A arrecadação também subiu, 1,8%, a US$ 509,196 milhões, ainda que o preço médio da saca tenha tido queda de 16,9%, a US$ 137,38.
Foi o terceiro melhor resultado mensal do ano, atrás de outubro e novembro. o resultado consolida o quarto trimestre de 2018 como o melhor quarto trimestre da série histórica.
Em dezembro, os cafés verdes somaram 3,4 milhões de sacas (27% a mais ante dezembro de 2017) – 3,2 milhões de arábica e 168 mil sacas de robusta. Industrializados tiveram 349 mil sacas embarcadas, uma queda de 8,6% ante o mesmo mês de 2017.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO