A escalada nas exportações brasileiras de carne bovina aos Estados Unidos vem surpreendendo o setor pecuário nacional, relatam nesta quinta-feira (22/7) os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
De janeiro a junho de 2021, os envios de carne bovina aos Estados Unidos somaram 42,48 mil toneladas, um volume recorde – mais que o dobro da quantidade exportada na primeira metade de 2020 (de 20,1 mil toneladas) e bem acima das 16,9 mil toneladas registradas no mesmo período de 2019, informa o Cepea, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Em junho último, o Brasil enviou aos EUA 8,78 mil toneladas de proteína bovina, queda de 18% sobre o volume embarcado em maio – quando as vendas ao país norte-americano atingiram recorde mensal de 10,7 mil toneladas –, mas 18,2% acima da quantidade registrada em junho de 2020.
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Atualmente, os EUA já são o terceiro maior destino da proteína brasileira ao mercado internacional, atrás apenas da China e de Hong Kong – superou a posição que vinha sendo ocupada pelo Chile.
Segundo o Cepea, além de alguns frigoríficos brasileiros terem sido habilitados para exportar carne aos EUA no ano passado, a desvalorização do real frente ao dólar deixou a carne nacional bastante competitiva e atrativa aos norte-americanos.
Um outro motivo para o avanço das vendas aos EUA, dizem os pesquisadores, é a queda de produção na Austrália, que teve o rebanho reduzido nos últimos anos por fatores climáticos.
Os australianos são, tradicionalmente, grandes exportadores mundiais de carne bovina, com importante participação histórica no mercado importador norte-americano.