Exportações de carne para Rússia não atingirão volumes pré-embargo

Apesar de reabertura, país desenvolveu novos fornecedores e aumentou a produção local, reduzindo a necessidade de importações, aponta Maersk

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A reabertura da Rússia para a importação de carne bovina brasileira, anunciada em novembro do ano passado após onze meses de restrição, não significará a recuperação integral daquele mercado. A avaliação foi feita por executivos da Maersk, maior empresa de frete marítimo do mundo, durante apresentação do relatório trimestral de resultados da empresa.


“De fato, a Russia abriu novamente o mercado, mas infelizmente não foi no mesmo patamar que havia antes. E a nossa expectativa é de que haverá muitos desafios para chegar no mesmo volume”, observou Denis Freitas, Diretor Geral da Safmarine para a Costa Leste da América do Sul, braço da Maersk.

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Em janeiro, o Brasil registrou o embarque de 3,1 mil toneladas de carne bovina para a Rússia – o primeiro volume significativo desde o fim do embargo, mas ainda abaixo do observado em anos anteriores. No mesmo mês de 2017, por exemplo, o país havia adquirido quase 11 mil toneladas do produto. Em 2014, foram mais de 23 mil toneladas.

“No período de fechamento do mercado, a Rússia desenvolveu novos fornecedores e também a produção local, o que que acabou cobrindo 0 espaço do Brasil. Nossa expectativa é que o volume atual alcance apenas 30% do que era antes”, observa Freitas, ao destacar o Paraguai entre os países que lucraram com a ausência da carne brasileira no mercado russo.

Crescimento modesto

Para este ano, as perspectivas da Maersk são de um crescimento modesto nas exportações brasileiras de carne bovina diante do recente fechamento de mercados no mundo todo. O resultado, explicam os executivos da multinacional, só não serão negativos devido aos efeitos da demanda chinesa, do câmbio e do lento crescimento do mercado interno.

Ainda assim, a empresa vê grandes desafios para os embarques brasileiros em direção à China. Com a crise financeira que atingiu o país nos últimos anos, houve uma consequente queda nas importações brasileiras de produtos asiáticos, reduzindo a capacidade de embarques diretos do Brasil para o continente.

O relatório da companhia aponta que, durante o quarto trimestre de 2018, as importações brasileiras de produtos asiáticos caíram 2% . “Os varejistas não reabasteceram estoques em mais de oito meses, por exemplo, com manufatura final e bens de consumo caindo 5% no quarto trimestre. Este é tradicionalmente um trimestre que deve mostrar um crescimento de dois dígitos de mais de 15% para este segmento antes do Natal”, aponta a empresa em relatório.

Diante das restrições na capacidade de transporte direto para a China, Matias Concha, Gerente de Produto, Maersk Costa Leste da América do Sul, observou que muitos produtores de proteínas do Brasil estão enviando suas cargas em navios que passam pela Europa antes de entrarem na Ásia (o que encarece o frete e a competitividade brasileira neste mercado).  “A capacidade direta para a Ásia está limitada e a gente tem a opção de entregar para o nosso cliente rotas via Europa”, explica.

Com isso, a avaliação do diretor geral da Maersk para a Costa Leste da América do Sul, Antonio Dominguez, é de que este é um momento de avaliação dos impactos gerados pelas recentes mudanças no mercado internacional e de como eles afetarão o Brasil. “Esse vai ser o ano de entendermos qual vai ser o novo patamar das nossas exportações para, no segundo semestre, termos uma imagem mais definida da presença do Brasil no mercado internacional”, afirmou Dominguez.

 

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