França se opõe ao acordo com Mercosul por causa do desmatamento

Desde o início, o país europeu vem liderando um movimento de boicote à implementação do acordo entre os dois blocos econômicos

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A França rejeita um acordo de livre comércio em sua forma atual entre União Europeia e Mercosul devido a “grandes preocupações” com o desmatamento na região. O pronunciamento do governo francês vem após a divulgação de um relatório encomendado pelo país sobre o tema. Os franceses devem fazer exigências para que as negociações continuem, o que incluiria crucialmente o respeito aos objetivos do Acordo de Paris contra as mudanças climáticas, disse o governo.
O relatório de 184 páginas define o acordo como uma “oportunidade perdida” em questões ambientais e de saúde e concentra boa parte de sua análise na pecuária. O texto estima aumento no desmatamento a uma taxa anual de 5% durante os seis anos seguintes ao implementação do acordo, num total de 700.000 hectares. Usando como base o valor unitário de US$ 250 por tonelada de CO2 emitido, o documento indica que o custo ambiental do acordo seria maior para a União Europeia do que os benefícios econômicos.
“O relatório reforça a posição da França de se opor ao projeto de acordo UE-Mercosul na sua forma atual”, tuitou o primeiro-ministro francês, Jean Castex. “A consistência dos compromissos ambientais de nosso país e da Europa está em jogo.”
Jean Castex, primeiro-ministro francês, se opõe ao acordo entre os blocos. Foto: divulgação
A ministra do meio ambiente da França, Barbara Pompili, acrescentou, também no Twitter: “Tal projeto teria conseqüências desastrosas em termos de desmatamento, erosão da biodiversidade e mudança climática”. Não iremos por um caminho incompatível com o Acordo de Paris”.
No início deste mês, a chanceler alemã Angela Merkel expressou “severas dúvidas” sobre o acordo, dada a extensão do desmatamento, disse seu porta-voz. A Ministra da Agricultura alemã, Julia Klöckner, acrescentou que o “acordo comercial não será ratificado a curto prazo” e que a grande maioria dos ministros da agricultura da UE é “muito, muito céptica” em relação ao acordo. Os parlamentos da Áustria, da Holanda e da região belga da Valônia já indicaram sua oposição ao acordo em sua forma atual.
Ministra da Agricultura alemã, Julia Klöckner, diz que acordo não sai tão cedo.
Os cidadãos europeus parecem concordar com seus governos: de acordo com uma pesquisa do YouGov de 10 de setembro, 3 em cada 4 pessoas pesquisadas acreditam que o acordo comercial UE-Mercosul deve ser suspenso se ele impulsionar o desmatamento. Os respondentes da França (78%), Espanha (78%), Alemanha (74%) e Holanda (71%) vêem a necessidade de parar o acordo comercial UE/Mercosul com base em sua contribuição para o desmatamento da Amazônia e seus danos ambientais.

A esmagadora maioria do público da Espanha (82%), seguida pelos entrevistados da França (79%), Holanda (75%) e Alemanha (72%) também querem que a UE só concorde com acordos comerciais que estejam de acordo com seus compromissos de enfrentar a mudança climática.

Relação entre o Acordo e o desmatamento


O acordo da UE com o Mercosul será apresentado ao Conselho Europeu para discussão no outono do Hemisfério Norte, que começa em outubro. O tratado poderia abrir caminho para uma expansão agrícola ainda maior e, com isso, para mais destruição ambiental, já que o Brasil não demonstra conseguir controlar o desmatamento. Por exemplo, o acordo propõe a redução dos impostos sobre a importação de 100.000 toneladas de carne para a UE ao longo de 5 anos, mas o aumento da produção de carne bovina no atual contexto brasileiro contribuirá para o aumento do desflorestamento.

A UE é o maior bloco comercial do mundo, representa o maior mercado de exportação para cerca de 80 países e responde por cerca de 16% das importações e exportações mundiais. A Comissão Europeia propõe tornar o respeito ao Acordo de Paris um elemento essencial para todos os futuros acordos comerciais abrangentes. Além, disso, as relações de comércio exterior do bloco devem observar o Pacto Ecológico Europeu , apresentado em dezembro de 2019 e apelidado de “Green Deal”.  Fonte: ClimaInfo
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