Em viagem ao Arizona, EUA, o analista australiano Ross Ainsworth relatou ao portal Beef Central a sua experiência vivida na fronteira com o México, onde pôde acompanhar de perto todo o processo de entrada de gado vivo mexicano em terras norte-americanas.
O México é o maior exportador mundial de animais em pé, enquanto os Estados Unidos é o principal importador do mundo de gado vivo.
“O processo de exportação de gado mexicano é maravilhosamente simples; os animais simplesmente entram nos Estados Unidos através de portões feitos especialmente para cortar o ‘muro’ (enormes cercas de aço) presente na fronteira que ficou famoso no governo de Donald Trump”, descreve (veja o vídeo no link).
Segundo ele, o comércio pela fronteira é acompanhado por um único cavaleiro e envolve lotes de 10 a 100 cabeças.
“Os guardas de fronteira observam o processo cuidadosamente durante a travessia que, neste caso, levou cerca de 1 hora para trazer um total de cerca de 1.000 cabeças para os EUA”, diz.
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Em 2020, os exportadores mexicanos enviaram mais de 1,1 milhão de cabeças por meio da fronteira com os EUA, informa o analista.
Ao longo deste ano, continua ele, os números acumulados de embarques do México caíram, mas não tanto quanto a redução nas exportações australianas. “Em 2021, o México continuará mantendo a posição de maior exportado mundial de gado em pé”, prevê.
O analista Ainsworth esteve pessoalmente na fronteira da pequena cidade de Douglas, localizada ao sul de Tucson, Arizona.
“Apesar da região de fronteira ser um local incrivelmente restrito, os governos dos dois países se uniram para estabelecer um protocolo de travessia notavelmente eficiente”, relata.
No período pré-embarque, os animais são preparados em um pátio no lado mexicano, situado a apenas alguns metros da cerca da fronteira. Em um horário pré-determinado, o portão especial é aberto por funcionários dos EUA e o gado é conduzido até o pátio de recebimento do lado dos EUA, a 20 metros do portão – e o negócio é fechado.
Segundo Ainsworth, o comércio de gado para o Arizona a partir do estado mexicano de Sonora envolve um processo muito mais simples do que os pontos de travessia em outros estados do México, porque Sonora é o único estado fronteiriço livre de tuberculose bovina.
“Isso significa que o gado pode chegar ao pátio de quarentena mexicano um ou dois dias antes da travessia, onde ele é pesado, marcado com a letra “M” (sigla para o México) e inspecionado quanto à saúde pela equipe veterinária dos EUA”, informa.
Depois de concluírem com sucesso os protocolos, a documentação final é assinada pelos funcionários de ambos os governos e o gado é conduzido para o lado dos EUA, através da cerca de fronteira.
Após a chegada ao lado dos Estados Unidos, o gado tem acesso a água e ração por algumas horas antes de ser pesado e transportado de caminhão para seu destino final.
A maioria dos animais mexicanos embarcados é uma mistura de raças jovens europeias, com um peso médio de pouco menos de 200 kg.
Comércio mundial de bovinos vivos 1 | |||
Principais exportadores 2 | |||
País/ano | 2021 | 2020 | 2019 |
México | 1.420 | 1.500 | 1.381 |
União Europeia | 1.000 | 960 | 1.019 |
Austrália | 900 | 1.100 | 1.344 |
Canadá | 670 | 640 | 725 |
Brasil | 370 | 290 | 535 |
Total geral | 5.015 | 5.167 | 5.652 |
Principais importadores 2 | |||
EUA | 2.050 | 2.110 | 2.043 |
Canadá | 250 | 260 | 275 |
Egito | 200 | 280 | 240 |
China | 180 | 230 | 210 |
Rússia | 70 | 75 | 112 |
México | 19 | 20 | 29 |
Total geral | 2.786 | 2.992 | 3.030 |
1 Em mil cabeças, países de maior expressão acompanhados pelo USDA. Os dados de 2021 são previsões e os de 2020, preliminares. 2 A partir de 2015, a Colômbia e Venezuela não são mais acompanhados nesta pesquisa. Fonte: USDA/FAS, outubro/2020. Adaptação DBO. |