Fazendas com foco exclusivo no dinheiro são as que menos conseguem sustentar resultados, diz Antônio Chaker, zootecnista e coordenador do Inttegra; LEIA o artigo
Por Antônio Chaker – Zootecnista e coordenador do Instituto de Métricas Agropecuárias (Inttegra)
Quando iniciamos o trabalho de gestão em fazendas, há mais de 25 anos, a questão primordial era quanto a mais elas deveriam produzir e quais iniciativas precisariam tomar para atingirem esse objetivo. Rapidamente, percebemos que nem sempre o aumento de produtividade melhorava o resultado econômico e passamos a centrar esforçoa no planejamento para obtenção do lucro-meta, definindo estratégias de produção e custos para atingi-lo.
Esse processo funcionou por vários anos e multiplicou os resultados de muitas fazendas que atendemos, mas um ponto ainda nos intrigava. Por que algumas propriedades mudavam muito rápido, com uma equipe superengajada, motivada pelas novas conquistas, transformações e aprendizados, enquanto outras tinham grande dificuldade para tirar o plano do papel?
Investigando isso, fizemos uma constatação importante: o lucro é um sinal, não um fim. Isso mesmo, ele é uma evidência de que a fazenda está trabalhando de forma correta, com pessoas engajadas, e com propósito transformador.
Então, como incluir esse propósito no planejamento? De forma prática, para se construir um projeto agropecuário orientado por objetivos transformadores, devemos fazer a seguinte pergunta: “Para quem a propriedade deve gerar valor?” Responder esse pergunta é fundamental para o planejamento estratégico.