Gestores, agricultores e comerciantes da nutrição animal

Em meio aos altos custos da dieta bovina, principalmente na terminação, pecuaristas vão mostrando fôlego e habilidade para vencer o momento mais apertado

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Em alguns lugares mais, em outros menos, a safrinha gorda do milho de 2022 traz alento aos produtores de proteína animal. Na bovinocultura de corte, nos últimos dias criadores verticalizados refizeram suas contas e partiram para a terminação em confinamento próprio.

A comida na dispensa passou a viabilizar o negócio, dando folga aos boitéis e recuperando preços de reposição nas principais praças pecuárias do País.


Marco Gambale é veterinário e gestor. Ele dá assistência em propriedades no Mato Grosso e São Paulo, basicamente, e está vendo uma mudança de parâmetros para o 2º semestre desse ano. Na sua leitura, a safrinha de milho que veio esbelta permitirá a muitos médios e pequenos pecuaristas realizar custo de até R$ 250 por arroba produzida, o que “é satisfatório para uma remuneração de R$ 300/@, por exemplo”, avalia.

O médico de maquininha no bolso fala que o alento vem para um percentual importante dos produtores, principalmente para aqueles que o planejamento não atendeu a estocagem de grãos e ou não possuem logística (ou mesmo disponibilidade) para trabalhar com resíduos agroindustriais. É o caso de Antônio Balbino de Carvalho Neto, bovinocultor no Oeste da Bahia. Lá, ele não tem acesso a subprodutos de cervejaria ou polpa cítrica.

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Alternativa na lavoura – Porém, como importante produtor de touros do Nordeste, ele teve de mexer em parte da dieta e introduzir silagem própria de capim.

“Não substitui plenamente, mas é mais barato o plantio. Mexendo em prazos consigo o mesmo resultado”, justifica. Um complemento de grãos, por antecipação, já estava contratado. Outros produtores de sua região e no Nordeste não têm a mesma oportunidade e mudam de estratégia.

No Norte, em Castanhal (PA), Altair Burlamaqui e sua Fazenda Carioca (um complexo de três propriedades próximas, com 1,2 mil hectares de pastagens e lavoura de capim para silagem) confinam 2 mil fêmeas/ano F1 Aberdeen Angus x Nelore e F2 ½ Brangus, adquiridas de terceiros, para atender o mercado gourmet da Grande Belém.

Serão mais de 2 mil cabeças com até 24 meses de idade, acabamento uniforme de 8mm de gordura externa, marmoreio e maciez para abastecer boutiques e uma colônia judaica com produto kosher. O produtor que prima por planejamento tem seu estoque de proteína adquirido há um ano.

Contudo, ele ainda tem disponível torta de dendê. Trata-se de um subproduto da agroindústria produtora de óleo cujo valor nutricional permite substituir parte dos grãos e parte do volumoso da dieta. Melhor ainda, seu custo por tonelada é de R$ 750 contra R$ 1,1 mil do milho.

Altair Burlamaqui, sócio-proprietário da Fazenda Carioca

“As usinas fornecedoras do insumo estão entre 20 e 300 km de distância; então, a logística não é dispendiosa”, explica.

Oportunismo regional – Outro produtor bem planejado é Antônio Roberto Alves Correa, criador de Santa Gertrudis e terminador de 6 mil bovinos ano em unidade das Fazendas União do Brasil (FUB), no município de Buri (SP).

Ele tem lavouras de milho e soja, além de estoque de grãos, para servir seu rebanho. Em 2022, porém, por necessidade de rodízio de cultura, no inverno teve de entrar com lavoura de cevada.

Foi uma resposta mediante aos custos de produção e uma contingência oportuna do negócio. Os animais tiveram a dieta rebalanceada e não apresentaram desempenho diferente do programado.

Os profissionais da FUB aproveitam bem o microclima da região e alcançam sucesso com essa cultura. Na região, em outras propriedades, ainda há campos de trevo e azevém.

Antônio Roberto Alves Corrêa, titular das Fazendas União do Brasil (Foto: Arquivo Pessoal)

Pelo Sul do Brasil, o depoimento vem de André Campanini, gerente técnico da MFG Agropecuária, empresa figurante entre as maiores confinadoras do País, com propriedades no MT, MS, GO e SP. Recentemente inaugurou mais uma unidade de engorda intensiva em Eldorado do Sul, cidade próxima a Porto Alegre (RS). Na região, o boi compete forte com ovinos, suínos e aves.

No entanto, a MFG faz compras em grandes volumes, sempre priorizando as disponibilidades regionais. Só que, por enquanto, a DDG (Dried Distillers Grains, coproduto das usinas de álcool a partir do milho) que integra o menu dos bovinos será trazida do Mato Grosso do Sul. De ponta a ponta no Brasil, planejamento e jogo de cintura comercial vão determinando o fôlego.

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