Antônio Chacker, zootecnista e coordenador do Instituto de Métricas Agropecuárias (Inttegra), aponta Ganho Médio Diário Global como o índice que explica grande parte do lucro da produção pecuária
Por Antônio Chacker
Após mais de 20 anos medindo resultados de fazendas e analisando os mais de 100 indicadores de desempenho disponíveis, se me pedissem para escolher apenas um – aquele que, sozinho, pudesse explicar grande parte do lucro da produção pecuária de corte –, eu escolheria o ganho médio diário global (GMDG).
Diferentemente do GMD tradicional (velho conhecido dos técnicos e pecuaristas), que é obtido por meio da pesagem dos animais em determinado intervalo de tempo (peso final, menos peso inicial, dividido pelo tempo entre as pesagens), o GMDG é aferido por meio da movimentação de todo o rebanho, ou seja, ele representa o ganho de todos as animais dentro da fazenda, seja ela de cria, ciclo completo ou recria/engorda.
Você pode estar se perguntado: “Por que é importante calcular o GMDG em uma fazenda de cria, já que a vaca adulta não ganha peso?” A resposta é simples e direta. A vaca não ganha peso, mas o bezerro sim. Quanto maior o ganho do conjunto vaca/bezerro, maior a tendência de lucro da fazenda. Ou seja, quanto mais bezerros desmamados e maior o peso ao desmame, maior o GMDG do conjunto vaca/bezerro. Já no sistema de recria/engorda, o GMDG determina o tempo de permanência dos animais na “fábrica-fazenda”.