Depois de um início de semana de fortes valorizações nos preços do boi gordo, os frigoríficos tiraram o pé das compras nesta quinta-feira, segundo informam a IHS Markit e Scot Consultoria, que acompanham diariamente os negócios nas principais praças pecuárias do País.
“Nesta quinta-feira, o mercado físico do boiada gorda perdeu liquidez com a saída de muitos compradores dos negócios”, relata a IHS. “Algumas indústrias saíram das compras mesmo nem conseguir alongar as suas escalas de abate”, destaca a Scot.
Segundo a IHS, os frigoríficos manifestam forte preocupação com a dificuldade de repasse dos preços pagos pela boiada gorda aos preços da carne no varejo, sobretudo em relação ao mercado doméstico. “A intensidade das altas nos preços pelo gado gordo no mercado físico se mostra maior que a capacidade de transmissão aos valores da proteína, o que pode resultar em queda das margens operacionais e impactos negativos na consistência do escoamento do produto no mercado doméstico”, observa a IHS.
Na avaliação dos analistas da Scot Consultoria, a decisão da indústria em segurar as compras de boiadas “pode ter efeito sobre a expectativa de altas pelos pecuaristas, que vinham postergando a venda, acompanhando o cenário de valorizações constantes”. Com isso, observa a Scot, “é possível que surja espaço para pressão de baixa pela indústria”.
Segundo apurou a IHS Markit, nesta quinta-feira algumas indústrias já testaram efetivações de novos negócios a valores abaixo das máximas vigentes, mas sem êxitos devido à baixa oferta de animais terminados. Na visão da IHS, os frigoríficos devem optar por esperar o resultado das vendas nos próximos dias antes de traçar a melhor estratégia de compra de gado para o próximo período.
No entanto, continua a consultoria, as plantas frigoríficas que estão mais focadas em atender a demanda do mercado externo possuem um maior poder de barganha por adequar melhor as suas operações de compras de boiadas. “Mesmo assim, as recentes quedas na taxa cambial também trouxeram certa cautela por parte dos compradores de matéria prima com foco nas exportações, avalia a IHS.
Giro pelas praças
Mesmo com a baixa liquidez de negócios diante do menor interesse de compra de boiadas, ainda foi possível verificar alguns modestos movimentos de alta na arroba em algumas praças pecuárias do País.
No Mato Grosso, as escalas de abate continuam ajustadas e a necessidade de atender alguns compromissos com o mercado externo manteve o ambiente de suporte em alta, informa a IHS.
No Tocantins, os preços da arroba renovaram os recordes de preço sob efeito da ação de compradores de gado focados em atender a demanda externa.
Nas demais praças, os preços do boi gordo seguiram estáveis, mas as cotações seguem firmes em função da dificuldade na obtenção de grandes lotes.
Carne no atacado
No atacado, entre os principais cortes bovinos, se observou ajustes positivos nos preços de cortes de dianteiro e na vaca casada nesta quinta-feira, informa a IHS. A baixa disponibilidade de mercadoria nas câmaras frigorificas decorrente da irregularidade dos abates diários mantem o atacado suscetível a movimentos de alta, acrescenta a consultoria.
Ao mesmo tempo, o firme fluxo das exportações da proteína e a elevação nos preços das carnes concorrentes (frango e suínos) por efeito de altos custos também devem oferecer suporte adicional, analisa a IHS.
Confira as cotações desta quinta-feira, 12 de novembro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 284/@ (à vista)
vaca a R$ 264/@ (à vista)
MS-C. Grande:
boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 262/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 272/@ (prazo)
vaca a R$ 261@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 272@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 261/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 254/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 275/@ (prazo)
vaca R$ 261/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 291/@ (à vista)
vaca a R$ 276/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 276@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 277/@ (prazo)
vaca a R$ 262/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 271/@ (à vista)
vaca a R$ 261/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 258/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 258/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 278/@ (prazo)
vaca a R$ 268/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 273@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 273/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 258@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 273/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 261@ (à vista)
vaca a R$ 251/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 261/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 251/@ (à vista)