Início da desova de bois derruba preço

Valor da arroba caiu no começo de maio, reforçada pela fraca demanda interna por carne bovina, ficando abaixo dos patamares registrados no fim de 2018.

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Depois de atingir, em pleno período de safra de capim, o pico de R$ 160/@ em São Paulo (valor nominal, à vista, livre de Funrural), o preço do boi gordo foi perdendo a sustentação ao longo de abril, até reverter no início de maio a tendência altista. O Indicador do boi gordo Esalq/B3/Cepea abriu o primeiro dia útil deste mês de maio (após o feriado do Dia do Trabalho) a R$ 152,19/@, com queda de 2%, movimento suficiente para derrubar o seu valor para um patamar inferior ao observado no final de 2018, quando girava em R$ 154/@.

Os analistas de mercado não têm dúvidas: com a proximidade do fim do período das águas, grande parte dos pecuaristas decidiu abandonar de vez a estratégia adotada – com bastante sucesso, aliás – durante boa parte do mês passado, que consistiu na velha tática de segurar a boiada no pasto (bastante esverdeado depois das chuvas generosas registradas em fevereiro e março), vencendo o braço de ferro de preços com a indústria compradora.


Portanto, no começo de maio, a palavra de ordem nas rodas de palpites sobre as negociações era: “Vendam seus animais terminados antes da chegada definitiva do período seco”. Também contribuiu para a decisão do pecuarista em aumentar a oferta de seus lotes a chegada, a partir do início de maio, da época de vacinação contra a febre aftosa.

Do lado dos frigoríficos, no final de abril, diante da elevação de oferta, a maioria das indústrias conseguiu, finalmente, prolongar com tranquilidade as escalas de abate, revertendo uma situação de grande aperto nas programações registrada em março – e também em parte do mês passado. No início de maio, a consultoria Agrifatto, de Bebedouro, SP, reportava escalas confortáveis de dez dias úteis, em média, nas praças pecuárias de São Paulo e Mato Grosso do Sul – semanas antes, giravam abaixo de cinco dias.

Diante desse contexto, os preços pagos na arroba seguiram, na primeira semana de maio, em queda na maiorias das regiões do País. Essa tendência baixista existente na primeira semana do mês foi reforçada pela fraca demanda interna por carne bovina, diante das notícias de novos retrocessos no quadro econômico do País.

Embarques

Pelo lado das exportações, o que já estava bom ficou ainda melhor com as fortes indicações de que a China, o principal cliente internacional da carne bovina do Brasil, terá mesmo que aumentar consideravelmente as suas importações de proteínas animal, depois do baque provocado pela Peste Suína Africana (PSA) na produção do gigante asiático, que admitiu a ocorrência de centenas de casos da doença no país desde o primeiro registro de PSA, em agosto do ano passado, na província de Liaoning.

Segundo analistas de mercado, com a derrubada de oferta de carne de porco na China e a disparada nos preços internacionais do produto, os consumidores asiáticos serão obrigados a migrar para proteínas alternativas, como a carne bovina e a de frango. Não à toa, em abril, os contratos futuros de longo prazo (outubro, pico da entressafra) chegaram a bater em R$ 161/@ na bolsa de mercadoria B3 – o preço do papel acabou cedendo um pouco no período final do mês, fechando a R$ 158,60/@.

Com esse movimento de alta no mercado futuro do boi gordo, consultorias passaram a recomendar mais fortemente aos pecuaristas a busca por hedge (proteção), sugerindo como estratégia o travamento de preços mínimos para pagamento em outubro, o contrato de maior liquidez da entressafra. Chamada no mercado de PUT, essa operação funciona como uma espécie de seguro, garantindo um valor mínimo para os lotes de bois terminados. Ou seja, esse tipo de negociação gera um direito, mas não um dever de vender; o produtor não é obrigado a exercer a opção de venda em caso do preço da arroba no mercado físico venha a superar o valor estipulado pelo contrato de outubro.

“Com essa ferramenta, os pecuaristas brasileiros podem ficar ‘livres’ para surfar a onda chinesa”, sugeriu Leandro Bovo, da Radar Investimentos, em artigo para o site da Scot Consultoria.

*Conteúdo Exclusivo Revista DBO.

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