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Revista DBO

Insumos mais baratos devem dar boas margens para a pecuária

As perspectivas para 2022 foram tema do Encontro de Analistas da Scot Consultoria

Debatedores do primeiro bloco: apreensão com os números da macroeconomia.

Por Moacir José

O ano de 2022 possivelmente um ano melhor do que este que termina, mais pela redução de custos do que pela valorização da arroba do boi gordo, ainda que a turbulência na economia continue e seja tempo de eleições presidenciais.

Esta é a principal conclusão do cenário que aguarda os pecuaristas no ano que vem, traçado pelo time de especialistas convidados para o Encontro de Analistas da Scot Consultoria, realizado no dia 25 de novembro, no Espaço de Eventos Villa Bisutti, na zona sul da capital paulista. Dimensionado para um número limitado de participantes (176), como precaução sanitária por causa da pandemia do novo coronavírus, o encontro foi transmitido, pela internet, para outras 307 pessoas.

Na abertura do bloco de macroeconomia ‒ mediado pela jornalista Lilian Munhoz, do canal Terraviva ‒, o zootecnista Felipe Fabbri, analista de mercado da Scot, apresentou alguns números para discussão, como a previsão de 4,8% crescimento do PIB neste ano e apenas 1% em 2022; a elevação da taxa de juros para os níveis pré pandemia (7,75% ao ano, no fechamento desta edição) e câmbio acima de R$ 5,50 ao longo de 2021. Entre os palestrantes, prevaleceu um clima de reserva e apreensão com o que acontecerá no ano que vem.

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A consultora econômica Zeina Latif avaliou que o Brasil já entrou num quadro de estagflação (estagnação econômica aliada a um alto nível de inflação/desemprego), em função do crescimento pífio do PIB previsto para o ano que vem. “Teremos um quadro recessivo em 2022. Há, obviamente, erros na política econômica do governo, que elevaram o risco fiscal e que motivaram uma inflação bem superior aos 6% registrados em outros países da América Latina (México, 5,7%; Chile e Colômbia, 3,9%)”, avaliou.

Um dos fatores que pressionaram a inflação foi o câmbio, que, considerando-se parâmetros históricos, deveria estar na casa dos R$ 4,20 e não de R$ 5,50. “O Banco Central está em maus lençóis, ‘enxugando gelo’. O governo perdeu o controle da economia, que está nas mãos do Centrão”, disparou ela.

Subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Economia, Rogério Boueri admitiu que a situação é ruim, mas contemporizou, justificando que “está ruim no mundo todo”. Preferiu destacar ações do governo na área de capitalização do agronegócio, como a regulamentação da CPR “verde” [decreto 10.828, de 1º de outubro de 2021], destinada a gerar recursos para quem faz preservação ambiental.

Fertilizantes e grãos

O real desvalorizado foi um dos fatores que catapultaram os preços dos fertilizantes em 2021, segundo análise da Scot. Das quase 24 milhões de t movimentadas até então, cerca de 20 milhões foram importadas. Somou-se a isso redução na produção dos principais produtores mundiais (China, Rússia, Canadá e Marrocos) e do próprio Brasil (5% menos). Os preços (de supersimples, ureia, MAP, cloreto de potássio e 20-0-20) saíram da faixa de R$ 1.500-R$ 2.000 para R$ 2.500-4.000/t, aumentando custos para os agricultores.

Uma das questões da plateia foi sobre o possível impacto disso na pecuária. Sérgio De Zen, diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), argumentou que parte da questão foi aliviada por não ter havido problemas mais sérios na geração brasileira de energia, que afetaria diretamente a produção dos adubos nitrogenados, mais fortemente demandados pelo setor.

Outro ponto sempre analisado nesse tipo de evento é o mercado de cereais. Pedro Parente, presidente do Conselho de Administração da BRF – multinacional presente em 130 países –, destacou que há perspectiva de melhora para os preços do milho nos próximos meses, o que beneficiará principalmente os segmentos de suínos e aves, apesar do quadro recessivo gerar incertezas quanto à demanda interna.

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Segundo relatório de novembro do Itaú BBA, um cenário de normalidade climática em 2022 deverá favorecer sobretudo o plantio de milho-safrinha e projeta uma safra de 90 milhões de t. Com mais 29 milhões da primeira safra, o total irá para 119 milhões de t, maior nível dos últimos anos e 38% superior ao da safra 2020-2021.

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