O parlamento do Japão aprovou um acordo comercial com o governo dos Estados Unidos que abre o mercado do país asiático para as carnes (bovina e suína) norte-americanas, entre outros produtos agrícolas. Em contrapartida, o novo entendimento busca reduzir algumas tarifas dos EUA sobre produtos industriais japoneses.
Com o novo acordo, espera-se que, em 2020, as exportações dos EUA de carne bovina e suína para o Japão atinjam US$ 2,3 bilhões e US$ 1,7 bilhão, respectivamente, segundo estimativa da Federação de Exportação de Carne dos Estados Unidos (USMEF). Em volume, os embarques podem alcançar 360.000 toneladas (de carne bovina) e 410.000 toneladas (suína), prevê a entidade. Ainda de acordo com projeções da USMEF, até 2025, as exportações de carnes dos EUA para o Japão chegarão a quase US$ 5 bilhões – (US$ 2,8 bilhões com a venda de carne bovina e US$ 2 bilhões para produtos suínos).
Segundo reportagem da agência Bloomberg, os EUA estão pressionando para que o acordo entre em vigor em 1º de janeiro próximo, o que poderia ajudar o presidente Donald Trump a obter votos para sua campanha de reeleição em 2020 em regiões agrícolas que podem se beneficiar dessa nova parceria comercial.
Trump estava ansioso para fazer um acordo com o Japão para acalmar os agricultores dos EUA, cujo acesso ao mercado chinês foi limitado como resultado de sua guerra comercial com Pequim. Os produtores agrícolas norte-americanos, que atualmente sofrem com os baixos preços das commodities, são um componente essencial da base política de Trump, relata reportagem da Bloomberg.
No entanto, o acordo não tratou do comércio de automóveis, a maior fonte do déficit comercial dos EUA (em torno de US$ 67 bilhões) com o Japão. O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse agência à Reuters que Trump não descartou a imposição de tarifas sobre importações de automóveis, incluindo as do Japão. Ross afirmou ainda que os EUA e o Japão “iniciarão conversas no início de 2020 para avançar em negociações adicionais para um acordo comercial mais amplo”.