JBS e Minerva suspendem parte dos abates e arroba do boi treme

Decisão dos frigoríficos, que não enxergam consumo firme de carne bovina, põe mercado de molho

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Há cerca de uma semana, parte da indústria frigorífica começou a sinalizar que poderia suspender o abate de bovinos, em função da disseminação do novo coronavírus (Covid-19). Desde segunda, 16 de março, o quadro ficou mais claro com a JBS determinando a suspensão dos abates nas unidades de Alta Floresta e Juína, em Mato Grosso, e na unidade de Nova Andradina, em Mato Grosso do Sul.

A Minerva Foods anunciou na tarde de hoje, 17 de março, que estarão em férias coletivas funcionários de quatro unidades: Janaúba (MG) e José Bonifácio (SP) e duas em Mato Grosso, uma em Mirassol D´Oeste e outra em Paranatinga.


Das gigantes do setor, apenas a Marfrig Global Foods não se manifestou, mas tudo indica que pode ser questão de dias tomar a mesma decisão de suas concorrentes JBS e Minerva.

Para Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, as empresas estão tomando medidas de precaução, por parâmetros do que já ocorreu em outros países. Com a população recolhida em suas casas, em um primeiro momento a tendência é cair a quantidade de carne vendida ao consumidor. “Além disso, por causa da economia deprimida, o consumo já não é dos melhores, é comedido”, afirma Torres. “O Brasil ainda não saiu da crise.”

O fato é que  há muitas incertezas no mercado para os próximos dias. Lygia Pimentel, da consultoria Agrifatto, diz que o atual momento é de uma situação altamente arriscada. “Absolutamente ninguém previu o que está ocorrendo, tanto que o mundo está em choque”, afirma.

DBO pediu aos dois analistas uma análise do que pode ocorrer com o preço da arroba do boi gordo no próximo período.

De acordo com Torres, da Scot:

“O mercado capotou de quinta-feira para hoje. A questão nem é mais suspender a venda de boi, mas quem vai comprar. Em geral, no final da safra e início da entressafra por volta de maio/junho, quem consegue segurar o boi gordo até lá geralmente ganha mais na venda. Porque começa a escassez de matéria-prima.

Para Alcides Torres, é hora de acompanhar o mercado com lupa

Estou especulando cenários. Nos  próximos 15 a 30 dias é preciso acompanhar com lupa o que acontece na carne. Hoje, há uma situação conjuntural de mercado, mas não de mudança de estrutura desse mercado. A oferta de boi deve continuar comedida; os custos de produção vão continuar em alta; o mercado de fêmeas de qualidade, para abate, continua; e sim, o ciclo é de alta para a pecuária.  Então, conjunturalmente falando, é o mesmo pânico geral da quebra da bolsa de Nova York em 1929, ou da crise do petróleo em 1973. E guarda alguma semelhança com o pânico da Operação Carne Fraca, há alguns anos.

Ou seja, de segunda para hoje, com a arroba caindo até R$ 15, a abertura de compra de boi gordo é para “inglês ver”. Então, a primeira pergunta é: será que o preço do boi cai ainda mais? Se o pecuarista entrar em pânico, o preço cai sim.

A segunda pergunta é: seguro o boi no pasto e vendo em maio, com 2 ou 3@ a mais? A estratégia de levar o boi até a boca da entressafra pode não dar certo, porque está dada a possibilidade de haver lá na frente um excesso de oferta. É preciso acompanhar passo a passo o que vai ocorrer nos próximos meses.”

De acordo com Lygia, da Agrifatto:

“Temos menos demanda por carne, as plantas começam a fechar, há menos demanda por boi também. Hoje, há uma situação de safra e o boi pode permanecer no pasto sem grande prejuízo, mas não significa que não vá afetar os preços.

De acordo com Lygia, o preço da arroba é um escândalo em relação à semana passada

De maneira muito objetiva, temos hoje cotações que são um escândalo, uma ofensa em relação ao que havia na semana passada, de R$ 200. Estão oferecendo R$ 180 a R$ 190 a arroba, em São Paulo. Há preços tão baixos que as pessoas não querem fazer negócio. Isso significa um mercado sem referência.

Num segundo momento, quando o mercado se ajustar, como as escalas estão curtas, acho que o preço do boi pode voltar a se firmar. Com escalas curtas, tendo enxugado o volume de carne no varejo, a partir desse momento o boi pode subir. Porque se a quantidade de doentes no País aumentar, numa curva mais achatada, o que significa um tempo longo de um ciclo mais atenuado da doença – como os infectologistas estão prevendo – o consumidor tende a fazer estoque de alimento em casa. Congelar uma carne, por exemplo.”

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