O mercado de gado para reposição tem esboçado gradual recuperação na liquidez de negócios em algumas praças pecuárias brasileiras, efeito da maior consistência nos preços no mercado físico do boi gordo, informa nesta sexta-feira (17/6) a IHS Markit.
“A valorização na boiada gorda devolveu ânimo ao mercado de reposição, mas a maior oferta de animais ainda tem limitado altas mais consistentes nos preços entre algumas categorias”, observa a IHS.
Porém, os patamares atuais da reposição ajudaram a diminuir os impactos gerados pelos altos gastos com nutrição animal, uma vez que a relação de troca da boiada gorda com a reposição segue vantajosa aos pecuaristas, acrescenta a consultoria.
FIQUE POR DENTRO | Acompanhe os negócios do mercado de reposição no Jornal de Leilões
A ponta compradora – invernistas e recriadores – voltou a negociar boiada magra, com foco no segundo giro do confinamento.
“O avanço da colheita de milho de segunda safra e as recentes acomodações nos preços dos grãos no mercado interno brasileiro também têm auxiliado o planejamento dos alojamentos de animais”, relata a IHS.
Na região Centro-Oeste, os preços dos animais de reposição reagiram nesta semana, informa a consultoria.
“Os poucos leilões realizados no Centro-Oeste apontaram fluxo mais consistente de negócios, o que resultou em alta nos preços de algumas categorias”, informa. Nas praças do Mato Grosso do Sul e de Goiás os animais mais pesados, com 10 a 12 arrobas, registraram fluxo mais consistente de venda.
Por sua vez, no Mato Grosso, destaque para maior procura por garrotes e novilhas mais pesadas.
Na região Sudeste, os preços da reposição também esboçaram firmeza, especialmente no interior de São Paulo e nas praças de Minas Gerais.
Na praça de Tocantins, na região Norte, os preços da reposição também registraram maior firmeza diante do aumento dos negócios.
Porém, nas praças do Pará e de Rondônia, o mercado de reposição segue com baixa liquidez e preços fragilizados, observa a IHS.
Na região Sul, a especulação em torno da baixa liquidez tem pressionado o mercado local.
Dados da Scot Consultoria – Após uma longa caminhada de pressão de baixa no mercado de reposição, acompanhando a toada no mercado do boi gordo, as cotações ganharam fôlego nesta semana, relata a zootecnista Thayná Drugowick, analista da Scot Consultoria.
Segundo levantamento da Scot, considerando a média de todas as categorias de machos, fêmeas e Estados pesquisados, houve ligeira alta de 0,4% no comparativo semanal.
“Na última semana, os vendedores têm ficado menos resistentes nas negociações, quadro que trouxe mais liquidez para o mercado”, enfatiza Thayná.
Em Estados confinadores como São Paulo e Mato Grosso, o aumento da procura por animais mais erados puxou os preços destas categorias para cima.
É o caso do garrote paulista, cujo preço subiu 3% nos últimos 15 dias, segundo a Scot.
Para o curto e médio prazos, prevê Thayná, pelo lado do comprador, a expectativa é de que a intensificação da entressafra precifique melhor o boi gordo e aumente o ímpeto de compra de recriadores e invernistas.
Do lado vendedor, a queda da qualidade das pastagens pode fazer com que eles continuem menos resistentes nas negociações, acrescenta a analista da Scot.