Morreu neste sábado, 5 de dezembro, aos 86 anos, Vilson Chalart de Souza, conhecido como o Ginete do Século e o primeiro ganhador da história do Freio de Ouro – prova que desde 2018 integra a lista de eventos de interesse cultural do Rio Grande do Sul. Não há informações sobre a causa do óbito.
Nascido em Uruguaiana, Vilson venceu a maior competição de cavalos crioulos do Brasil, em maio de 1982, na montaria do cavalo Itaí Tupambaé, da cabanha de Osvaldo Pons (Dom Pedrito, RS). No total, Vilson Souza conquistou 11 Freios: cinco Freios de Ouro, quatro Freios de Prata e dois Freios de Bronze, tornando-se um dos maiores vencedores da tradicional disputa gaúcha da raça Crioula. Sua despedida das competições se deu em 2001, aos 69 anos, com o Freio de Prata.
Vilson Souza é considerado um ícone da equitação e recebeu muitas homenagens ao longo de sua vida. Desde 2006, o troféu entregue ao Ginete do Ano – concedido pela Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) – leva o seu nome.
Em 2019, seu nome foi estampado na Parede da Fama do Cavalo Crioulo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Além disso, sua biografia será lançada em breve: “Coração de Cavaleiro – a arte de Vilson Souza”, obra escrita pelo jornalista Renato Dalto e curada pelo neto de Vilson, Pablo Souza Alves.
“Foi um privilégio poder aprender e conviver de perto por muitos anos com meu ídolo. Seu legado vai inspirar gerações e, enquanto o Freio de Ouro existir, Vilson Souza permanecerá vivo dentro dos corações de cada um de nós”, declarou André Luiz Vaz Machado, titular da Cabanha Don Diló (Cachoeiras de Macacu, RJ) e presidente do Núcleo de Criadores “Vilson Chalart de Souza”, no Rio de Janeiro.
“A associação oferece seus pêsames e conforto aos familiares e amigos de Don Vilson, homenageando a sua trajetória e fazendo o mais sincero agradecimento a toda a contribuição feita pelo ginete em prol do Cavalo Crioulo, com o sentimento de que a sua história jamais será esquecida pela nossa comunidade”, publicou a ABCCC em seu site oficial.
A Prefeitura de Bagé, município onde morava há muitos anos, também lamentou profundamente o falecimento de Vilson Souza. “Por ter representado Bagé de forma brilhante e por ser figura destacada na área, o prefeito Divaldo Lara declara luto de sete dias na Rainha da Fronteira. O município deseja força aos familiares para que atravessem este difícil momento de luto”, diz nota publicada em redes sociais,
Vilson deixa a esposa Carmen (in memorian), a filha Amélia e o filho Cayetano. Em decorrência da pandemia de Covid-19, não houve cerimônia fúnebre. O sepultamento ocorreu na manhã deste domingo, 6 de dezembro, no cemitério da Santa Casa de Caridade, em Bagé.
* Com informações da ABCCC
