A Marfrig, segundo maior frigorífico no Brasil, atrás da JBS, lançou nesta quinta-feira (23/7) o Plano Marfrig Verde +, que tem como objetivo garantir que 100% da cadeia de produção da empresa seja sustentável e livre de desmatamento em prazo máximo de dez anos.
O plano foi criado em parceria com a instituição público-privada holandesa IDH — Iniciativa para o Comércio Sustentável. O projeto prevê aportes de R$ 500 milhões em ações de sustentabilidade, segundo comunicado da Marfrig.
“Estamos absolutamente convencidos de que só haverá um futuro promissor para aqueles que abraçarem a sustentabilidade”, disse, em nota, Marcos Molina dos Santos, fundador e presidente do Conselho de Administração da Marfrig.
“Somos pioneiros no nosso setor e, mais uma vez, queremos incentivar toda a cadeia a assumir um compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a preservação das nossas florestas”, acrescentou.
Segundo a Marfrig, até 2022, a empresa adaptará todos os seus sistemas para controle da cadeia e mitigação de riscos. Ainda em 2020, a companhia pretende lançar o Mapa de Mitigação de Riscos de Fornecedores Indiretos, uma ferramenta que cruzará vários mapas de presença de vegetação nativa com outros de produção pecuária.
Dessa forma, garante a Marfrig, será possível determinar áreas de maior ou menor risco de supressão de biodiversidade. Ainda de acordo com a empresa, o final de 2020, o sistema de geomonitoramento via satélite, hoje usado para a Amazônia, estará adaptado para monitorar o bioma Cerrado.
Rastreamento da cadeia na Amazônia
O comunicado da Marfrig diz ainda que, até 2025, a meta é atingir a total rastreabilidade da cadeia de fornecimento da empresa na Amazônia. Nos próximos dez anos, a companhia deve fazer o mesmo com o Cerrado e os demais biomas, chegando assim ao desmatamento zero até 2030.
Para que o programa ganhe escala e rapidez, a Marfrig pretende promover uma articulação com os demais membros da cadeia de produção – produtores, governo, empresas do setor, sociedade civil, clientes, investidores e bancos.
“Acreditamos que apoiar o desenvolvimento de um programa de longo prazo para a cadeia da pecuária no Brasil é garantir a competitividade da produção de bovinos na cria, com base em sistemas inclusivos robustos, que sejam capazes de melhorar a vida do produtor com pacotes tecnológicos adequados, incluindo genética avançada e crédito justo”, disse, em nota, Daniela Mariuzzo, diretora executiva da IDH e do Programa de Paisagens Sustentáveis da América Latina. “Como consequências, temos o aumento da produtividade, a geração de renda para as famílias e a menor necessidade de conversão de novas áreas de vegetação nativa em pastagens”, observou Daniela.