Os pecuaristas do Mato Grosso pretendem confinar este ano 641.070 cabeças, de acordo com o resultado da segunda pesquisa de intenção de confinamento no Estado, realizada em julho pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). O novo levantamento representa elevação de 11% sobre a quantidade registrada na primeira pesquisa de intenção de confinamento (577.550 cabeças), feita em abril/20, mas ficou 22% abaixo dos dados consolidados de 2019 (824.225 cabeças).
Segundo o Imea, o avanço em relação ao resultado de abril está atrelado ao aumento de produção observado nos maiores confinadores, que detêm 62,4% do total de cabeças confinadas no Estado. Na avaliação do instituto, os confinamentos maiores são menos afetados pelo encarecimento dos custos de produção. “Eles conseguem uma diluição de seus desembolsos com o ganho de escala e, com isso, uma maior autonomia na mudança de estratégias a curto prazo”, observa. Os avanços consistentes no preço do boi gordo nos últimos meses também explicam o acréscimo de 11% na segunda pesquisa do Imea.
Em seu boletim, o Imea cita a atual escalada de preços – para níveis recordes, em termos nominais – no mercado de reposição durante o intervalo de divulgação do primeiro para o segundo levantamento de intenções de confinamento. Entre abril e julho, exemplifica o Imea, o preço da novilha subiu 7,68%.
O percentual de animais que ainda faltam a ser adquiridos também demonstra essa dificuldade do recriador, acrescenta o Imea. Nesta mesma época de 2019, faltavam 31,50% de aquisição de animais. Atualmente faltam 38,82%.
Além do acréscimo nos custos com reposição, os preços dos insumos subiram, aponta o relatório do Imea. O valor médio do milho registrado em julho ficou 41,50% superior em relação ao preço de mesmo período de 2019. O custo da diária de confinamento também subiu: de R$ 6,56/cabeça verificado na primeira pesquisa para R$ 7,86/cabeça.
Entre um levantamento e outro houve a desativação de 12 propriedades da pesquisa do Imea, envolvendo sobretudo pecuaristas de pequeno porte, o que, segundo relatos do instituto, “demonstra a dificuldade dos menores em permanecer na atividade, devido aos elevados custos de produção”. Com isso, da lista de 173 confinadores do primeiro levantamento, neste foram contabilizados 161 confinadores.