A demanda do Boi-China permanece firme em maio e explica a diferença de preço com o boi não destinado a esse mercado. Em todo o Mato Grosso, a média da variação de preço está em torno de R$ 9,97. Em relação aos preços do boi comum, as cotações ficaram estáveis no comparativo semanal, mas com espaço para altas na próximas semanas. De acordo com o Imea, “uma vez que quando se observam os valores equivalentes da arroba vendida pelos frigoríficos (incluindo couro, cortes desossados e coprodutos) a margem em relação à arroba paga ao produtor só tem aumentado. Isso indica sustentação do mercado”.
O preço médio do boi gordo comum, à vista, está em R$ 169,13, valor 0,03% acima da segunda semana de maio. O preço máximo de R$ 171, como média de mercado, foi observado na região de Juara.
Entre os pecuaristas não há consenso sobre a base econômica para essa diferença. Isso porque a arroba, que vinha em uma curva ascendente de preços, tem sofrido uma forte pressão baixista. “O Boi-China não está sendo bonificado. O não-China que está tendo deságio”, afirma o pecuarista Cristino Prata Rezende, o Kiko da Leilopec. “Isso pode ser, muito bem, manobra de frigorífico para aumentar a oferta de boi.”
Na outra ponta, o pecuarista Humberto Tavares, da fazenda Sucuri, em Goiás, afirma o contrário. “Muito bem-vinda esta diferença. Há 10 dias abati um lote totalmente a pasto, que deu 94% China. Gado comercial de boa genética, mas sem grandes firulas”, diz ele. “Resumindo: boa genética ajuda muito, e acredito que esta é uma tendência forte: nicho ganhando algo mais, e feijão-com-arroz sofrendo descontos. Nos EUA, o spread é violentamente maior.”