Nesta quinta-feira (26/6), a Matsuda apresentou a cultivar de forrageira MG18 Áries II, depois de cerca de uma década de pesquisa. Segundo Alberto Takashi, engenheiro agrônomo do Departamento Técnico da empresa, a cultivar é o resultado do trabalho de melhoramento iniciado em 2012.
Para chegar na cultivar, os pesquisadores promoveram o cruzamento entre o acesso sexual SPM – 92 e a cultivar Áries. Desse cruzamento, o F-1 sexual foi cruzado novamente com outro material, o PM – 0472, que possui ótima adaptação ao clima frio. A partir daí os trabalhos de melhoramento foram focados na seleção de plantas apomíticas com características superiores para a produção de forragem, relação folha/talo, recuperação após o corte ou pastejo e, também, a adaptação ao clima frio, entre outras características.
Indicada para bovinos de corte e de leite, a MG18 Áries II tem uma digestibilidade acima de 60%. Isso permite que os equinos, caprinos, ovinos e bezerros também consumam essa pastagem.
“É uma ótima para o gado de corte e o rebanho leiteiro, indicada ainda para bezerros”, afirma Takashi.
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A primeira versão, a cultivar Áries, foi lançada em 2003 para todo o território nacional, mas foi na região Sul que ela se aclimatou em 90% dos casos onde foi plantada. “O Áries II surgiu para a atender um mercado potencial que é a região Sul do País, pelo seu clima frio, e nesses últimos anos, pelas altas temperaturas e secas mais severas”, diz Takashi. “Outro fator que levou à pesquisa foi o término do período de proteção da cultivar Áries, que foi de 15 anos.” diz. Ele explica que existem diversas características morfológicas diferentes entre elas, que podem ser observadas no campo, conforme o quadro abaixo.
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CARACTERÍSTICAS
ÁRIES
MG18 ÁRIES II
Hábito de crescimento de planta
Ereto
Semi ereto
Altura da planta
90 cm
65 cm
Diâmetro do colmo/talo
3,16 mm
1,86 mm
Cerosidade no colmo
média
baixa
Comprimento da folha
20 cm
17 cm
Largura da folha
1,28
1,00
Pilosidade na lâmina foliar
ausente
baixa
Pilosidade na bainha foliar
ausente
pilosa
Produção de M.S. (Kg/ha) 20.582
25.734
Divmo da M.S. (%)
49,1 a 61,4
50,3 a 64,9
Proteína bruta na M.S (%)
8,5 a 13,0
9,4 a 14,7
Ganho de peso (kg/ha) 237
241
Ganho de peso (g/animal/dia)
596
623
“Esta cultivar é caracterizada por seu hábito de crescimento mais prostrado, diferente do Áries que é ereto. A altura das plantas do Áries II também é menor, além de apresentar maior quantidade de folhas, melhor qualidade nutricional e maior produção de forragem, resultando em melhor desempenho animal no campo, seja em bovinos de leite ou de carne, sempre comparada com a cultivar Áries”, destaca o agrônomo.
Em relação ao seu manejo, no período frio ou das geadas, Takashi observa que a forrageira tropical paralisa seu crescimento em torno de 18º C e as geadas prejudicam as plantas pois, com o frio há o congelamento da água, ou seja, congela a água das células da planta. O congelamento expande a água e esse fenômeno rompe a parede celular matando a célula e, consequentemente, “queima” a planta. Por isso, recomenda-se que no período de geadas as planta.
Os trabalhos realizados foram direcionados para os três estados do Sul do Brasil. Trata-se de uma espécie de clima tropical, com boa adaptação a esse clima, mas pode ser plantada em outras regiões, observando-se, principalmente, a fertilidade do solo, pois é uma cultivar muito exigente. Regiões com altitudes acima de 1000 metros é também o mercado para esta cultivar. “Normalmente as cultivares de Panicum maximum são exigentes em fertilidade do solo, e esse é o caso da MG18 Áries II. Para estabelecer uma área com essa cultivar é necessária uma coleta de amostra do solo e, de acordo com os resultados, deve se fazer a calagem e adubação”, diz o técnico. Fonte: Ascom