As indústrias frigoríficas de São Paulo, ponto de referência para outras regiões pecuárias, abriram a semana ofertando R$ 4/@ a mais pelo boi gordo na comparação com o preço de sexta-feira, informa a Scot Consultoria. Os negócios de hoje giraram na casa dos R$ 285/@, valor bruto, à vista.
“Negócios pontuais em R$ 290/@ são registrados para animais que atendem as exigências para exportação”, acrescenta a Scot.
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Na região de Dourados, MS, com a cotação do boi gordo R$ 5/@ superior ao valor de sexta-feira, o diferencial de base em relação a praça paulista foi zerado novamente. Lá, o boi gordo está sendo negociado pelo mesmo patamar de R$ 285/@ (valor bruto e à vista) pago nos balcões paulistas, de acordo com apuração da Scot.
Segundo a IHS Markit, a persistente escassez de oferta de boiada pronta para abate tem submetido muitos compradores a aceitar a forte pressão de alta na arroha para não perder negócios. “Há dias, as indicações de preços no balcão perderam referência, visto que a precificação passou a depender exclusivamente do tamanho do lote, proximidade da planta frigorífica e, principalmente, se tais volumes se enquadram em algum protocolo de exportação padrão China ou Europa”, destaca a IHS.
O problema, ressalta a consultoria, é que são poucos os pecuaristas que dispõem de grandes volumes de animais para venda. “A comercialização da boiada gorda gira em torno da negociação de lotes de pequeno e médio portes, pois os grandes lotes de confinamento estão mais escassos no mercado e tendem a ter preços mais altos”, acrescenta.
Além disso, continua a IHS, os lotes maiores de confinamento, que possuem melhor padronização e se enquadram em diversos protocolos dos compradores, estão sendo adquiridos somente pelas indústrias que necessitam cumprir contratos específicos, sobretudo com foco para exportação. “De certa forma, as indústrias estão muito dependentes de ofertas oriundas de confinamentos próprios ou de lotes a termo com entrega agendada no mês”, informa.
Dessa maneira, os preços do boi gordo mantiveram nesta segunda-feira a sua trajetória de alta em várias regiões do País. Entre as praças do Centro-Sul, há um crescimento de acentuado do fluxo de transação de carregamentos de boiadas entre os Estados dessa região, condição que eleva o grau especulativo, relata a IHS.
No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos ficaram estáveis nesta segunda-feira. No entanto, prevê a IHS, a regularidade da reposição entre atacado a varejo, associada à restrita oferta de mercadoria nas câmaras frigoríficas, sugere a possibilidade de novos reajustes no valor da carne bovina no curto prazo. “Além do aquecido consumo doméstico em função do período de final de ano, o fluxo das exportações ainda deve colaborar para manter apertado os estoques internos”, destaca a consultoria.