Na manhã desta segunda-feira (26/10), a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), participou da mesa que abriu o 5º Congresso das Mulheres do Agronegócio, evento promovido pelo Transamérica ExpoCenter, com o apoio da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
“Há mais mulheres à frente da produção, ou porque assumiram o negócio da família ou por opção”, disse a ministra. Ela também falou das “mulheres invisíveis”, grupo formado por pequenas produtoras da agricultura familiar. “O acesso a recursos muda a vida, porque isso faz diferença na sua vida da mulher e na vida de seus filhos.” Tereza Cristina se referia ao projeto Fomento Mulher, uma inciativa de microcrédito.
A ministra dividiu a mesa com Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura de Portugal, e com a uruguaia Graciela Fernandez, líder da Aliança das Cooperativas Internacionais na América (ACI-Américas). Dois temas tomaram a maior parte das discussões do painel: o acordo Mercosul-União Europeia e o espaço e desafios da presença das mulheres no movimento cooperativista global.
Sobre o acordo dos dois blocos, que o Parlamento Europeu vem pedindo mudanças na agenda ambiental de países do Mercosul para que ele seja ratificado, a ministra de Portugal disse que seu país vem defendendo desde o primeiro momento que ele é do interesse de todos. “Todos sabemos que é preciso produzir mais com menos, imbuídos de um espírito global”, afirmou.
As duas ministras, Maria do Céu e Tereza Cristina, salientaram que é preciso comunicar melhor sobre o acordo. “Vamos discutir. Saber o que tem de bom e o que não for bom a gente melhora. E isso no mundo todo”, disse Tereza Cristina. A ministra portuguesa propôs a criação, entre os dois países, de um fórum permanente de troca de informações e de experiências, incluindo modelos cooperativos e iniciativas que mostrem mulheres à frente de projetos.
Para Graciela Fernandez, líder da ACI-Américas, a inserção de diálogos e intercâmbio, além de políticas públicas que entendam o papel do setor privado, estão na base de mudanças consistentes. “O Brasil tem muitos bons exemplos de cooperativas”, disse ela. “Produzir é duro, não é fácil”. Graciela também mostrou como as mulheres vêm se organizando e como os negócios tocados por elas têm mudado as comunidades no continente.
O congresso nacional das mulheres segue até a quinta-feira (29/10), com mesas sobre pesquisa, visão e gestão de negócios, comércio internacional, tecnologias e inovação. Em todos os dias, mulheres de todo o País também participam do projeto “Minha Voz no Agro”, espaço no qual elas contam as suas experiências.