Luiz Carlos Pinheiro Machado, presidente da Embrapa de 09/05/1985 a 21/03/1986, faleceu na última quinta-feira, 2, em Porto Alegre. A Diretoria-Executiva lamentou a morte do ex-presidente, que, em entrevista para um livro sobre a história da Embrapa, contou que “a minha intenção foi, exatamente, oferecer a experiência que eu já tinha, que na época não era pequena, para poder abrir novos caminhos”.
Pinheiro Machado nasceu em Porto Alegre e sua vida acadêmica foi, em grande parte, dedicada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde cursou a graduação e obteve doutorado, foi professor-assistente, livre docente e o professor catedrático mais jovem da instituição. Dedicou-se ainda ao magistério na Universidade Católica Argentina, na Universidade de Buenos Aires e na Universidade Federal de Santa Catarina, onde era professor titular aposentado.
Fez parte da fundação da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e dela foi presidente. Era consultor internacional em agropecuária sustentável. É autor de livros como Manual do Leiteiro (1968), Os Suínos (1967, em português e espanhol) e Pastoreio Racional Voisin (2010, em português e espanhol). Foi fundador do Instituto André Voisin e é considerado um dos principais divulgadores do sistema. Recebeu homenagens como a Medalha do Mérito do Sistema Confea/Crea.
O Conselho Federal de Engenheiros Agrônomos (Confea) destaca que Pinheiro Machado tinha um “olhar atendo para as tendências. Entre 1983 e 1984, enquanto presidia a Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil (Faeab), ajudou a fomentar a agricultura orgânica e a agroecologia no Brasil, tema abordado na obra A Dialética da Agroecologia – Contribuição para um Mundo com Alimentos sem Veneno (2014).” Também chama a atenção para sua “marcante atuação social”: desde a década de 1990 ministrava palestras e orientava projetos de Pastoreio Racional Voisin aos assentados da reforma agrária.
O Confea relata também que “Luiz Carlos Pinheiro Machado já foi paraninfo de 40 turmas de engenheiros agrônomos em diversas universidades no Brasil, além de ter sido galardoado com prêmios e honrarias. Entre eles, o Mérito Agronômico no Brasil, em que foi o único eleito por unanimidade, em 1983, e a Comenda do Legislativo Catarinense (2013), em consideração à importante trajetória acadêmica e militância política de longa data.”
O sepultamento ocorreu ontem, sexta-feira, no Cemitério Santa Casa, em Porto Alegre/RS. A família realiza cerimônia de despedida virtual neste domingo, 5, às 11h.