O Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA), o mais antigo coletivo de mulheres produtoras rurais em atividade, completa uma década de vida. Em vez de mais uma das inúmeras reuniões que realizam para discutir os desafios da lida e da gestão das fazendas, dessa vez elas decidiram por uma ousadia. Assim, desde o início desta semana nove fazendeiras brasileiras estão em Israel, de um total de 33 que compõe o NFA.
A escolha do grupo tem um sentido. Israel é um dos países que mais adotam tecnologias no agronegócio. É reconhecido globalmente por contar com apenas 2 milhões de hectares e 20% de terra arável, mas ser referência na produção de frutas, legumes, flores e pecuária, especialmente a leiteira. Uma das visitas no roteiro do NFA foi uma visita a uma propriedade da Galileia, o kibutz Ginosar. São 600 vacas holandesas, das quais 350 em lactação, com média de 43 litros de leite. “No período do inverno, onde a produção é maior, são 15 mil litros por dia”, diz Cristina Bertelli, uma das integrantes do NFA.
Foram os chamados kibbutz e moshav, comunidades sustentadas pela agropecuária, que introduziram e desenvolveram as tecnologias. Entre elas a dessalinização das águas do mar, adaptação de plantas, sementes e sistemas de criação. Não por acaso, Israel possui um dos mais ativos movimentos agritech do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com a Start-Up Nation Central, desde 2016, mais de 400 startups de tecnologia agrícola operam no país.
Além dessa fazenda e de uma série de propriedades rurais, o grupo esteve no Instituto de Exportação e Cooperação Internacional de Israel, em Tel Aviv, entidade que reúne governo e iniciativa privada em pesquisas de tecnologia e produtos, joint ventures e alianças estratégicas entre empresas. Também se reuniu com autoridades na Federação das Câmaras de Comércio Israelenses, entidade fundada em 1919, onde hoje estão cerca de 5 mil empresas e organizações de 120 segmentos, parte deles ligados ao agronegócio.