O valor do boi gordo voltou a subir fortemente nesta terça-feira (27/10) em algumas principais regiões pecuárias, refletindo a enorme escassez de oferta e a disputa acirrada das indústrias frigoríficas pela matéria-prima. Na praça paulista, segundo dados apurados pela Scot Consultoria, considerando a boiada jovem (até 30 meses de idade), cujo destino é o mercado chinês, as ofertas de compra chegam a R$ 273/@, valor bruto, à vista.
O avanço na praça paulista, relata a Scot, deve-se às programações de abate extremamente curtas, que atendem em média 3,6 dias, associada à proximidade da virada de mês (pagamento de salários, quando há uma melhoria na demanda interna pela carne bovina).
Na avaliação da IHS Markit, a subida na cotação do boi está ligada à necessidade urgente das indústrias em garantir os compromissos com importadores. “Nos últimos dias, as escalas de abate foram encurtadas em muitas regiões do País, com relatos de plantas frigorificas que optaram por dar férias coletivas devido ao elevado grau de dificuldade na originação de boiada gorda”, informa a consultoria. Mesmo os frigoríficos que ainda se mantém atuantes no mercado, há relatos de indústrias intercalando os abates diários ou realocando a programação, acrescenta a IHS Markit.
Paralelamente, a acentuada queda na produção nacional de carne bovina associado ao forte fluxo das vendas ao exterior mantêm os estoques domésticos muito ajustado, o que colaborou para as altas nos preços dos principais cortes bovinos nas últimas semanas. Embora não haja risco de desabastecimento da proteína bovina, o descompasso entre oferta e demanda em 2020 vem fazendo com que os valores da carne no atacado continuem em franca elevação, observa a IHS Markit.
Giro pelas praças
Entre as praças pecuárias do Centro-Sul, poucas regiões dispõem de indústrias frigoríficas com escalas de abate que atendem mais de quatro dias, segundo apurou a IHS.
No interior paulista, mesmo com a nova alta no preço, as programações de abate atendem dois dias úteis. “Alguns frigoríficos de São Paulo estão se valendo de ofertas oriundas de confinamentos próprios ou lotes à termo para entrega no período”, relata a IHS.
Nas praças do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, os preços também subiram nesta terça-feira, motivados pela dificuldade de compra de lotes em volumes maiores.
Em Minas Gerais, há indústrias que dispõem de escalas preenchidas até o final desta semana e saíram das compras de gado neste início de semana.
Na região Sul do País, o preço da arroba subiu no Paraná e houve relatos, ainda não confirmados, de negócios acima das máximas vigentes dependendo do tamanho lote e localização.
Entre as praças pecuárias das regiões Norte e Nordeste do País, o ambiente também é de preços firmes. As plantas frigorificas locais, sobretudo aquelas que estão fazendo compra para atender o mercado chinês, seguem ativas e colaboram para a valorização da arroba. Porém, mesmo oferecendo preços maiores pelo gado terminado, a dificuldade de compra persiste.
Atacado com oferta apertada
No atacado, informa a IHS, a oferta de mercadoria segue enxuta, condição que colabora para manutenção dos preços mesmo diante do fluxo de vendas abaixo das expectativas do setor.
A semana em curso pode registrar um fluxo mais consistente de negócios por anteceder o período de final de mês e de feriado prolongado, observa a IHS.
Confira as cotações desta terça-feira, 27 de outubro, segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 270/@ (prazo)
vaca a R$ 257/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 261/@ (à vista)
vaca a R$ 245/@ (à vista)
MS-C. Grande:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 247/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 262@ (prazo)
vaca a R$ 245@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 246@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 255@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 254/@ (prazo)
vaca a R$ 242/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 252/@ (à vista)
vaca a R$ 240/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 248/@ (à vista)
vaca a R$ 238/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 251/@ (prazo)
vaca R$ 244/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 251/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 261/@ (à vista)
vaca a R$ 246/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 260/@ (prazo)
vaca a R$ 249/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca a R$ 248/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 252/@ (à vista)
vaca a R$ 248/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 240/@ (à vista)
vaca a R$ 226/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 339/@ (à vista)
vaca a R$ 226/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 265/@ (prazo)
vaca a R$ 255/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 262@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 2564/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 252@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 255/@ (à vista)
vaca a R$ 247/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 246/@ (à vista)
vaca a R$ 235/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 254/@ (prazo)
vaca a R$ 247/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 256/@ (à vista)
vaca a R$ 241/@ (à vista)