Pode-se fazer “sequestro” de animais jovens nesse sistema de autoconsumo em silos de superfície; basta aumentar o número de fios eletrificados
Por Moacir José
Após quatro anos de experiência com o sistema self service (autoconsumo) em silos de superfície usando fios eletrificados, André Melo, titular da consultoria Mercado do Agronegócio (Ribeirão Preto, SP) decidiu aprimorar a técnica, que foi apresentada na DBO, em outubro de 2018. A principal mudança foi aumentar o número de fios de dois para quatro/cinco quando se trabalha com gado de recria.
“Quanto mais jovens os animais, mais fios são necessários. Como eles nunca tiveram contato com a fita elétrica, acabam atropelando tudo”, explica André Melo, deixando subentendido que esse “atropelo” resulta em desperdício de alimento e retrabalho para o ajuste da cerca.
O manejo do sistema não muda. De manhã, a cerca é posicionada na parte de baixo do silo para que o lote coma a porção superior do painel, mantendo-se o primeiro fio a 10 cm da barbela dos animais, para que eles não tomem choque. Às 12 ou 13 h, a cerca é transferida para cima, possibilitando o consumo da parte inferior do painel, com o último fio posicionado a 60 cm do solo.
Os silos devem ter altura máxima de 1,2 m (lotes de recria) a 1,5 m (gado mais erado). A distância entre a cerca eletrificada e o painel permite regular o consumo. O consultor usa 30 cm quando quer que os animais comam mais e 50 cm, quando busca menor ingestão.
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O maior número de fios permitiu ao consultor trabalhar com lotes de recria em sistema de “sequestro”, por exemplo, que reúne cerca de 200 garrotes ou novilhas no self service, ante 100 animais dos grupos de vacas ou bois. Melo ressalva que os animais mais jovens não podem ser colocados no sistema de autoconsumo todos de uma vez.