Nutrição humana: a nova força motriz da agricultura brasileira

Agricultura brasileira entra em uma nova fase: foco prioritário na nutrição

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A produção agrícola do Brasil tem respondido adequadamente às necessidades da sociedade brasileira em termos de oferta de alimentos e redução de preços. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de grãos aumentou de 38,1 milhões de toneladas desde 1975, para 219,2 milhões em 2018, um aumento de 414% impulsionado pelo aumento da produtividade de 177%, enquanto a incorporação de novas áreas aumentou apenas 93%.

No mesmo período, a produção de carne bovina aumentou de 309%, a suína de 412% e a de frango  2.451%. Em 1975, a produção de frangos era de apenas meio milhão de toneladas, em 2018 atingiu a 13,24 milhões de toneladas. Em relação à queda de preços, a cesta básica de São Paulo caiu de R$ 833,00 em janeiro de 1975 para R$ 468,00 em janeiro de 2019, a preços atualizados para janeiro de 2019 (-44%).


De importador de alimentos na década de 1970, o Brasil tornou-se o terceiro maior exportador, atingindo patamar de US$ 100 bilhões de produtos do agronegócio, segundo dados do Ministério da Agricultura. As perspectivas são de que a produção de grãos e carnes, bem como as exportações, continuem crescendo nos próximos anos, impulsionados pela demanda externa, principalmente da Ásia.

Para segmentos desfavorecidos da sociedade brasileira, políticas públicas criaram programas para atenuar crises sociais. O Bolsa Família contemplou, com aproximadamente R$ 200,00 mensais, pouco mais de 30 milhões de famílias em 2018 e o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que privilegia a compra de alimentos da agricultura familiar, atinge diariamente cerca de 40 milhões de estudantes de escolas públicas brasileiras. Não há dúvidas que a produção brasileira e programas de suprimento de alimentos atenuaram o problema da fome.

Mais recentemente, outro problema surge relacionado à má nutrição: o sobrepeso e a obesidade com consequências sérias para a saúde humana. Segundo o Ministério da Saúde, 18,9% da população brasileira era obesa em 2016 e quase a metade tinha sobrepeso. A questão da nutrição com dietas saudáveis passa a ser uma prioridade também da agricultura. 

A agricultura brasileira entra em uma nova fase: foco prioritário na nutrição com propostas de dietas de alta qualidade. O objetivo é integrar os alimentos à nutrição, para melhorar a qualidade de vida e a saúde da população. Segundo a Organização Não Governamental inglesa “Global Panel”, dietas de alta qualidade pressupõem, em primeiro lugar, a eliminação total da fome, que os alimentos sejam seguros para a saúde humana, reduzam todas as formas de má nutrição, promovam a saúde e sejam produzidos de forma sustentável, isto é, que não comprometam as bases de recursos naturais e do meio ambiente para gerações futuras.

De forma prática, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu em 2015 orientações para dietas saudáveis como forma de proteger pessoas contra todas as formas de má-nutrição, bem como em doenças crônicas não transmissíveis: diabetes, doenças do coração, e câncer. Segundo a OMS, dietas saudáveis precisam começar nos primeiros anos de vida – leite materno promove crescimento saudável e melhora o desenvolvimento cognitivo e tem efeitos no longo prazo, como a redução de risco de obesidade e combate a doenças crônicas não transmissíveis no futuro.

As recomendações práticas incluem: (I) para os adultos, a ingestão de calorias deve estar em equilíbrio com o gasto de energia; (II) incluir na dieta frutas, vegetais, legumes, nozes, e  grãos minimamente processados ou integrais (milho, trigo, arroz vermelho); (III) ingestão de pelo menos 400 gramas de frutas e vegetais por dia; (IV) gorduras não excedam 30% do total de energia consumida, com eliminação de gordura saturada e gordura trans industrializada; (V) limitação para menos de 10% de açúcar em relação à ingestão de energia e menos de 5 gramas de sal por dia. 

As dietas não são estáticas no tempo e também têm alterações significativas no espaço. O crescimento da renda das populações em várias partes do mundo, e em menor velocidade no Brasil, é o principal fator de mudança nas dietas. Populações pobres, à medida que aumentam a renda, tendem a diminuir o consumo de grãos e direcionar-se para produtos de proteína animal, como leite e carnes. Renda maior, em geral, melhora o estado nutricional e promove maior diversidade, mas também leva a aumentos de consumo excessivo de produtos ultra-processados, excesso de calorias e no consumo de carnes, com aumento de populações com sobrepeso e obesidade. Um segundo fator importante é o aumento da população e sua urbanização. Populações urbanas demandam mais produtos com características de conveniência e praticidade, tanto na residência como para comida fora de casa, como é o caso de pizzas e sanduíches.

Que ações tomar para que a população tenha dietas mais saudáveis? Há responsabilidade dos indivíduos e das famílias na compra de produtos e sua preparação para consumo no lar. Informações confiáveis são insumos importantes para mudanças em hábitos alimentares não saudáveis. Naturalmente que preços dos produtos têm influência, principalmente para grupos de baixa renda, que têm dificuldades em adquirir produtos mais saudáveis, como frutas e verduras, e pescado. Organizações governamentais ligadas à agricultura, nutrição e saúde têm também responsabilidades quanto ao acompanhamento da situação nutricional de grupos populacionais e, em casos de problemas, criar programas para aliviar tanto a questão da falta de alimentos (fome), como em mudanças no consumo de produtos não saudáveis.

A pesquisa e extensão agrícola podem também auxiliar na identificação e melhoria de produtos que contribuam mais para a nutrição e saúde. Um exemplo tem sido o enriquecimento de culturas com componentes (zinco, ferro) deficitários na alimentação humana, notadamente em grupos populacionais de baixa renda. Quanto à disseminação de informações, a televisão tem importante papel por ser vista por amplas camadas populacionais.

Alimentos saudáveis contribuem fortemente para uma nutrição adequada e reduzem o risco de sobrepeso e obesidade, fatores responsáveis por doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, doenças do coração e câncer. Alimentação saudável é fator importante para boa qualidade de vida!

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