Com auxílio de programa de computador que analisa imagens de satélite, fazendas vêm maximizando resultados no manejo de pastejo
Por Moacir José
O gerente da fazenda está no piquete, olha o capim alto, e diz para o vaqueiro: “Bota mais 20 garrotes aqui”. Decisão acertada? Em parte. Se, em vez do olho ou da régua para medir a altura do capim, o gerente contasse com uma imagem de satélite e um relatório detalhado da oferta de forragem da fazenda, saberia que poderia colocar 30 garrotes, em vez de 20. Assim, não desperdiçaria matéria-prima.
Pois essa já é uma realidade de um grupo de 50 fazendas localizadas em oito Estados brasileiros e no vizinho Paraguai, atendidas pela consultoria Exagro – Excelência em Agronegócios, sediada em Nova Lima, vizinha a Belo Horizonte, MG. A ferramenta é o processamento de imagens de satélite e sua transformação, através de imbricadas equações ‒ todas lastreadas no conhecimento de fisiologia das plantas e dos animais ‒, em relatórios que apontam a produção de forragem, qual a carga animal do momento e se ela está adequada ou não ao objetivo de se maximizar tanto ganho individual dos animais como por área. E pode ser visualizada, através de mapas coloridos, pelo celular.
Os resultados do uso dessa ferramenta de gestão já se fazem notar. Numa dessas fazendas ‒ a Morada Nova, de Inhaúma, região central de Minas Gerais, que faz ciclo completo ‒, a produção de arrobas por hectare passou de 4,7 para 9,7, de um ano (2018) para outro, fazendo a lucratividade por hectare saltar de R$ 76 para R$ 278/ha, sem investimento pesado em sua estrutura, apenas com um manejo de pastejo adequado e uma boa gestão de compra de gado. Em outra ‒ a Fazenda Vargem Bonita, do município de Goiás, região centro-oeste do Estado ‒, o lucro operacional, que foi de R$ 670/ha em 2019, já está em R$ 1.013/ha este ano, também sem grandes intervenções com insumos. Isso, apesar de ela ter registrado queda na produção de arrobas por hectare (9,8 para 6), em função de estar migrando para o sistema de cria-recria.