O mercado do boi gordo continua operando com viés de alta, comportamento atípico para este período de final de safra, quando teoricamente espera-se uma desova dos estoques de boiada nas fazendas.
Essa pressão altista, aponta a Informa Economics FNP, decorre de dois fatores principais: “o atual papel do Brasil como principal provedor de carne bovina no aquecido mercado internacional e a baixa disponibilidade de gado terminado, consequência da retenção de fêmeas e redução do rebanho”.
Dessa maneira, os preços da boiada gorda seguem firmes e valorizados nas principais praças pecuárias, mesmo diante do enfraquecimento no consumo doméstico de proteínas, reflexo da atual crise gerada pela pandemia de Covid-19 e pelo período de quarentena adotado nos grandes centros urbanos do País. No atacado, os preços dos principais cortes bovinos, porém, se mantêm estáveis.
No entanto, em via oposta, as exportações de carne bovina seguem bastante aquecidas, fator que contribui para as valorizações nos preços domésticos do boi gordo. Dados preliminares divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) sobre os embarques de carne bovina in natura em maio apontaram volume recorde para o mês, ao redor de 155 mil toneladas.
Giro pelas praças
Em São Paulo, o valor do animal terminado segue estável, a R$ 205/@, a prazo, de acordo com dados apurados nesta terça-feira, 2 de maio, pela FNP.
No Norte do País, a cotação do gado gordo registrou novas altas em Paragominas-PA e nas praças de Tocantins. Nos dois Estados, além da boa qualidade das pastagens decorrente do regular volume de chuvas ao longo deste ano, os embarques de carne bovina têm ganhado cada vez mais representatividade e dado suporte às altas de preços pagos na boiada, segundo análise da FNP.
Em Cáceres, no Mato Grosso, o preço da arroba registrou leve ajuste positivo nesta terça-feira. Algumas plantas frigoríficas do Estado ainda alegam receio quanto ao escoamento dos cortes, limitando as operações e a aquisição de novos lotes. Porém, não há grande disponibilidade de animais prontos no mercado e, para efetivar novos negócios, os valores oferecidos foram maiores que as máximas anteriores, relata a FNP.
Em Belo Horizonte, MG, a arroba do macho também se valorizou nesta terça-feira. As chuvas registradas nos últimos dias têm mantido os pastos em boa qualidade e dado suporte para a retenção do gado por parte dos pecuaristas mineiros.
Em Goiás, os negócios de boiada gorda foram efetivados a valores mais altos, também em função de uma oferta mais restrita de animais terminados no mercado.
Confira as cotações desta terça-feira, 2 de junho, de acordo com a FNP:
SP-Noroeste: R$ 205/@ a (prazo)
MS-Dourados: R$ 181/@ (à vista)
MS-C. Grande: R$ 182/@ (prazo)
MS-Três Lagoas: R$ 181/@ (prazo)
MT-Cáceres: R$ 176/@ (prazo)
MT-Tangará: R$ 176/@ (prazo)
MT-B. Garças: R$ 174/@ (prazo)
MT-Cuiabá: R$ 172/@ (à vista)
MT-Colíder: R$ 169/@ (à vista)
GO-Goiânia: R$ 186/@ (prazo)
GO-Sul: R$ 184/@ (prazo)
PR-Maringá: R$ 180/@ (à vista)
MG-Triângulo: R$ 194/@ (prazo)
MG-B.H.: R$ 188/@ (prazo)
BA-F. Santana: R$ 189/@ (à vista)
RS-P.Alegre: R$ 188/@ (à vista)
RS-Fronteira: R$ 186/@ (à vista)
PA-Marabá: R$ 190/@ (prazo)
PA-Redenção: R$ 187/@ (prazo)
PA-Paragominas: R$ 194/@ (prazo)
TO-Araguaína: R$ 186/@ (prazo)
TO-Gurupi: R$ 184/@ (à vista)
RO-Cacoal: R$ 177/@ (à vista)
RJ-Campos: R$ 180/@ (prazo)
MA-Açailândia: R$ 180/@ (à vista)