Os líderes da Irlanda (Taoiseach Leo Varadkar), França (Emmanuel Macron), Polônia (Mateusz Morawiecki) e Bélgica (Charles Michel) assinaram uma carta conjunta endereçada ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, expressando “profunda preocupação” sobre a aprovação iminente de um acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Nela, afirmam que o acordo pode “impactar negativamente” as cadeias “agrícola e pecuária” no continente europeu.
Pelo eventual acordo, espera-se que a UE ofereça uma cota específica para a carne bovina exportadas pelo Brasil e demais países do Mercosul. Na carta, os líderes dizem que as questões comerciais relacionadas aos setores de “carne bovina, aves, açúcar e etanol são particularmente sensíveis aos quatro países”.
“As cotas de importação negociadas atualmente para as importações de carne bovina podem ameaçar esse frágil setor em nossos países”, ressalta a carta, acrescentando: “Os efeitos acumulativos das cotas negociadas em vários acordos comerciais assinados pela UE podem, em última instância, desestabilizar o setor agrícola.”
O pronunciamento conjunto também afirmou que, “para preservar a agricultura e as economias rurais na Europa, além de garantir produtos de alta qualidade para os consumidores locais, várias áreas devem ser levadas em conta ao negociar com os países do Mercosul”.
Na semana passada, a chefe de comércio da UE, Cecilia Malmstrom, afirmou à agência Reuters que o fechamento do acordo de livre comércio com o Mercosul após 20 anos de negociações “é a maior prioridade da União Europeia.
Segundo informou a Reuters, as negociações da UE com o Mercosul, o quarto maior bloco comercial do mundo, se intensificaram desde que as negociações comerciais da Europa com os Estados Unidos foram congeladas após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016.