O descompasso entre oferta restrita de boiadas e a demanda aquecida mantém os preços do boi gordo e da vaca gorda nas alturas, informa a IHS Markit. Segundo a consultoria, a oferta oriunda de confinamento ainda não permite um avanço mais significativo das escalas, e muitas plantas frigoríficas espalhadas pelo País operam com programações de abate de apenas três a quatro dias úteis.
“As perspectivas mostram que a oferta de animais terminados deverá se manter restrita até o final do ano, pois a estiagem prolongada em muitas áreas do País tardou o desenvolvimento das pastagens e, consequentemente, a terminação dos animais”, afirma a IHS, acrescentando que alguns lotes devem estar aptos ao abate apenas no primeiro trimestre de 2021.
Giro pelas praças
Nesta quinta-feira, entre as praças pecuárias da região Centro-Sul, foram observadas altas na arroba nos estados do Mato Grosso, MInas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, de acordo com a IHS Markit.
No Mato Grosso, o mercado local dispõe de compradores de outros Estados, fato também observado no mercado gaúcho.
No Paraná, apesar da estabilidade dos preços, houve relatos ainda não confirmados de fixações acima das máximas vigentes. No Estado, há plantas frigorificas que retomam os abates em novembro para atender países como Israel, Chile, Rússia e o continente europeu, condição que deve adicionar novas altas locais, relara a IHS.
No Norte e Nordeste, preços do boi gordo seguem firmes, com altas sobretudo no Maranhão.
No atacado, os preços dos principais cortes bovinos registraram fortes altas nesta quinta-feira sob influência da enxuta disponibilidade de mercadoria nas câmaras frigorificas e gradual recuperação das vendas internas com a chegada da virada de mês, informa a IHS.
“A tendência para os próximos dias não descarta a possibilidade de novos ajustes, pois o fluxo de comercialização deve ganhar maior consistência no decorrer da primeira quinzena de novembro com a entrada da massa salarial, associado ao firme ritmo das exportações”, prevê a consultoria.