Geadas: pastos podem ter perdido 50% de massa de forragem, diz pesquisador

O impacto é sobre a porção centro-sul do País; pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste dá dicas de como passar pela próxima onda de frio que vem por aí

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Nessa próxima quarta-feira, 28, os termômetros no País deverão cair novamente. Uma nova frente fria deve causar mais uma onda de frio intenso, seguido de geadas, começando pela região Sul e se estendendo para o Sudeste e o sul do Centro-Oeste.

A área de pastagem, já debilitada pela sequência de geadas deste ano, pode ficar ainda mais comprometida, avalia o engenheiro agrônomo Luís Armando Zago Machado, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados, MS.


Ele foi o convidado do programa DBO Entrevista, que foi ao ar nessa segunda-feira, 26 de julho (confira a entrevista em vídeo no final do texto).

Foto: Divulgação/Embrapa Agropecuária Oeste

“Já tivemos uma sequência de quatro geadas. Depois de 15 dias, tivemos mais duas, quando a planta já estava rebrotando. E vai vir uma outra geada. O que acontece? Temos uma planta gastando reserva. Sua parte aérea morre e ela tem de gastar reserva novamente. Com isso ela perde vigor, e, dependendo da espécie, pode até morrer”, explica Zago.

Na avaliação do pesquisador, é possível que os pastos na porção centro-sul do País tenham perdido 50% – ou até mais – a de sua massa de forragem.

Mas ele apontou algumas estratégias aos pecuaristas, com algumas medidas paliativas (que não vão revolver o problema, mas podem livrar o produtor de mais perdas significativas) e algumas técnicas de planejamento contra esses eventos.

“Quem já está com o problema hoje e não previu, temos algumas soluções paliativas”, diz Zago.

Medidas paliativas

  1. Procurar por uma parceria de engorda com um confinamento para redirecionar os animais da fazenda;
  2. Venda imediata dos animais, a depender dos preços da região;
  3. Fornecimento de volumoso;
  4. Aproveitamento da pastagem afetada com adição de sal proteico ou suplemento energético.
Geada no pasto. Foto: Divulgação

Técnicas planejadas

  1. Vedação de pasto, ou reserva de piquete de pasto exclusivo para alimentação dos animais no inverno;
  2. Produção de silagem ou feno;
  3. Fornecimento de cana-de-açúcar, com ureia e cal;
  4. Adoção de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

SAIBA MAIS | Sistema Nacional de Meteorologia prevê frio intenso em partes do país nos próximos dias

“A gente tem de ter bem claro que esse frio pode vir. Se não vier frio, pode vir uma seca mais pronunciada e o produtor tem de se preparar para esses fenômenos”, ressalta Zago.

Mortes de animais é um risco no frio?

Após o programa, uma dúvida chegou pelas redes sociais do Portal DBO: os animais, poderiam morrer com essa onda frio? Zago explica que não é bem assim.

“Em geral, nas condições brasileiras, o gado tolera frio mesmo no campo, desde que esteja bem nutrido. A morte de animais em períodos com baixa temperatura está relacionado a vários fatores em que o frio é um deles, não necessariamente a geada. Em 2010, a morte de grande número de animais em Mato Grosso do Sul ocorreu devido a uma sequência de fatores, como a queda brusca de temperatura, permanecendo por seis dias entre 7°C e 13°C, com ventos fortes e garoa. Em decorrência dessas condições o gado de diferentes idades, raças e condição nutricional morreu por infecção bacteriana”, explica o pesquisador.

Uma saída para minimizar os riscos de frio pelos animais é a construção de pequenos bosques, com árvores no pasto. Para Zago, a medida é suficiente para o conforto térmico dos animais em condição de geada ou, o contrário, de temperaturas muito elevadas.

“Por isso, é conveniente que os animais tenham acesso a locais com árvores para se abrigarem do frio e, também, do sol, como forma de garantir o bem-estar animal. Além disso, deve-se ter cuidado ao estado nutricional e evitar práticas de manejo que estressem os animais nesse período”, explica.

Assista a entrevista na íntegra:

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