Tecnologia 5G (quinta geração para redes móveis e de banda larga) deverá acelerar o desenvolvimento de mecanismos que revolucionarão a vida das fazendas
Por Ariosto Mesquita
Em um ano em que pipocam eventos, informações e especulações sobre os avanços que a tecnologia 5G (quinta geração para redes móveis e de banda larga) e os novos níveis e modelos de conectividade trarão para a humanidade, o pecuarista deve estar se perguntando: que impacto isso trará para o meu negócio? Cientistas, pesquisadores e gestores na área de pecuária de precisão apostam alto e sugerem que estamos no limiar de uma revolução dentro e fora da porteira.
Leitura facial de bovinos, sensores externos alimentados por energia limpa, cálculo detalhado de rebanho a campo por visão computacional, diagnóstico remoto de prenhez, planejamento digital de suporte de piquetes e identificação da qualidade do solo via celular são algumas das tecnologias hoje em diferentes níveis de desenvolvimento, boa parte delas de uso em tempo real e com chances de integrar o cotidiano da bovinocultura num prazo de até cinco anos.
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Teoricamente, a tecnologia da informação já permite uma série de avanços em integração de dados que, entretanto, ainda não conseguem se sustentar em um ambiente rural. O biólogo e chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), Alexandre Berndt, ilustra com um exemplo:
“No meio urbano é possível saber onde está um indivíduo pela localização do seu celular. No ambiente rural, usar do mesmo conceito para localizar um bovino nas pastagens ainda esbarra em duas dificuldades: inexistência de um sensor preso ao animal que consiga gerar energia para funcionar a campo e uma conectividade que possibilite o trânsito de dados, hoje, com raríssimas exceções, limitada à sede da fazenda e, eventualmente, ao curral”. Ele lembra que os sensores utilizados de forma mais intensa hoje na pecuária, dependem de leitoras.
A boa notícia é que estas dificuldades já já farão parte do passado. O sensor está chegando: “Existem pessoas e empresas no Brasil trabalhando no desenvolvimento disso, incluindo nós, na Embrapa. Em poucos anos estará no mercado, avisa Berndt. Segundo ele, já existe um modelo australiano disponível, porém um tanto impraticável. O sensor fica em um brinco que, em um dos lados, traz um painel fotovoltaico.